CURSO DE FORMAÇÃO DE AGENTE DE TRÂNSITO
ANTÔNIO FRANCISCO DUARTE NETO - MATRÍCULA 347
ELSA NERTOS MAIA - MATRÍCULA 1300
IVAN CAMPELO DOS SANTOS - MATRÍCULA 342
RODRIGO GONÇALVES – MATRÍCULA 392
TATIANE RODRIGUES DOS SANTOS –
MATRÍCULA 1556
PEDESTRES QUE CIRCULAM
FORA DAS CALÇADAS
SANTA CRUZ DAS PALMEIRAS
2025
ELSA NERTOS MAIA - MATRÍCULA 1300
IVAN CAMPELO DOS SANTOS - MATRÍCULA 342
RODRIGO GONÇALVES – MATRÍCULA 392
TATIANE RODRIGUES DOS SANTOS –
MATRÍCULA 1556
PEDESTRES QUE CIRCULAM
FORA DAS CALÇADAS
Projeto final referente à elaboração de uma pesquisa de campo sobre o tema “Pedestres
que circulam fora das calçadas”, apresentado
ao curso de curso de Formação
de Agente de Trânsito da plataforma Portal da Gestão Pública como requisito
final para sua conclusão, sob orientação da Prof.ª Ilo Jorge de Souza Pereira.
SANTA CRUZ DAS PALMEIRAS 2025
SUMÁRIO
2. REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................... ,,,6
2.1 Mobilidade urbana e o direito à cidade....................................................... 8
2.2 Acessibilidade e inclusão no espaço público....................................... .....8
2.3 Qualidade e segurança das calçadas em Santa Cruz das Palmeiras........9
3.3 Participantes........................................................................... .........12
3.4 Procedimentos de coleta de dados.................................................. .12
3.5 Tratamento e Análise dos Dados................................................... .........13
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................ ...14
1. INTRODUÇÃO
A mobilidade urbana é um tema de
crescente relevância no campo das políticas públicas e dos estudos sobre
planejamento das cidades, por estar diretamente associada à qualidade de vida,
à inclusão social e à sustentabilidade ambiental. A forma como os indivíduos se
desloca no espaço urbano reflete as condições de infraestrutura, o desenho das
vias, o planejamento territorial e as prioridades estabelecidas pelos gestores públicos.
Nesse contexto, a mobilidade a pé, apesar de
ser a forma mais antiga e democrática de deslocamento, ainda é negligenciada em
grande parte dos municípios brasileiros, sobretudo nos de pequeno e médio
porte. A ausência de calçadas
adequadas, a presença
de obstáculos e a falta
de manutenção comprometem a
segurança e o conforto dos pedestres, levando-os, muitas vezes, a circularem
pelas ruas e avenidas junto aos veículos motorizados — uma prática que aumenta
significativamente o risco de acidentes (VASCONCELLOS, 2013).
O ato de caminhar é considerado a base
da mobilidade urbana sustentável, pois além de ser um meio de transporte
acessível a todas as faixas etárias e classes sociais, contribui para a redução
de emissões de gases poluentes, a melhoria da saúde e a integração social. De
acordo com a Lei nº 12.587/2012, que institui as diretrizes da Política
Nacional de Mobilidade Urbana, o deslocamento a pé deve ser tratado como
prioridade na hierarquia dos modos de transporte, acima dos veículos
motorizados. No entanto, a realidade observada em diversas cidades brasileiras
mostra um cenário de descuido e desvalorização do pedestre, caracterizado por
calçadas irregulares, descontinuidade de passeios, ausência de rampas de
acessibilidade, iluminação deficiente e ocupação irregular do espaço público
(BRASIL, 2012). Esses fatores
fazem com que o pedestre
seja forçado a transitar pelas
vias de rolamento, expondo-se a riscos que poderiam ser evitados com planejamento urbano adequado.
Em municípios de pequeno porte, como Santa Cruz das Palmeiras (SP), a situação se torna ainda mais preocupante. Embora o tráfego de veículos seja menos intenso do que nas grandes cidades, a infraestrutura urbana costuma ser limitada e pouco fiscalizada. A circulação de pedestres fora das calçadas, muitas vezes, está associada à falta de manutenção dos passeios, à presença de buracos, degraus ou obstáculos, e à inexistência de padronização. Além disso, o crescimento urbano desordenado e a carência de políticas municipais específicas para a mobilidade a pé agravam o problema, evidenciando a necessidade de estudos locais que possam subsidiar ações de melhoria (SILVA; CARDOSO, 2018).
Compreender os fatores que levam os
pedestres a circularem fora das calçadas é
essencial para a promoção da segurança viária e para a construção de uma cidade
mais inclusiva. A Organização Mundial
da Saúde (OMS, 2018) destaca
que pedestres representam uma
parcela significativa das vítimas de acidentes de trânsito, especialmente em
países em desenvolvimento, onde a infraestrutura urbana raramente contempla
suas necessidades. Assim, analisar o comportamento dos pedestres e as condições
de circulação em Santa Cruz das Palmeiras torna-se relevante não apenas do
ponto de vista local, mas também como contribuição ao debate sobre a mobilidade
segura e sustentável em cidades de pequeno porte.
Dessa forma, o presente trabalho tem
como problema de pesquisa a seguinte questão:
quais fatores levam os pedestres
a circular fora das calçadas
em Santa Cruz das Palmeiras (SP)?
Seu objetivo geral consiste em análise
das calçadas e acessibilidade urbana e propor melhorias para a mobilidade
urbana a pé. Para alcançar esse propósito, estabelecem-se os seguintes
objetivos específicos: identificar os principais trechos críticos do município
onde há circulação de pedestres fora das calçadas; avaliar as condições físicas
e de acessibilidade dos passeios públicos; investigar a percepção dos pedestres
quanto à segurança, conforto e qualidade das calçadas; propor medidas e ações
que promovam uma circulação mais segura e eficiente para os pedestres.
A relevância deste estudo reside na
contribuição para o aprimoramento do planejamento urbano e das políticas de
mobilidade no município, buscando oferecer subsídios técnicos e empíricos
que possam orientar
ações de melhoria
das condições de circulação a
pé. Além disso, o tema possui importância social, ao discutir a necessidade de
garantir o direito de ir e vir de forma segura, acessível e digna, conforme os
princípios estabelecidos pelo Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001) e pela
Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei nº 12.587/2012). Assim, espera-se
que este trabalho sirva como instrumento de reflexão e incentivo à criação de
estratégias que priorizem o pedestre e promovam a mobilidade humana como
elemento central do desenvolvimento urbano sustentável.
2.
REFERENCIAL TEÓRICO
O referencial teórico constitui a base
conceitual e científica deste estudo, oferecendo o embasamento necessário para compreender o fenômeno investigado e suas múltiplas dimensões. A análise das condições de
circulação dos pedestres fora das calçadas em Santa Cruz das Palmeiras exige
uma reflexão sobre temas que envolvem mobilidade urbana, acessibilidade,
planejamento territorial e segurança viária. Dessa forma, o presente capítulo
reúne conceitos, legislações e estudos que contribuem para a compreensão da
importância das calçadas como elemento essencial da infraestrutura urbana e do
direito à cidade.
A circulação de pedestres é uma prática
cotidiana que, embora pareça simples, reflete
diretamente a qualidade do espaço urbano
e a forma como as políticas públicas lidam com o tema da mobilidade.
Segundo Vasconcellos (2012), o modo como as cidades são estruturadas determina
quem tem prioridade no uso dos espaços e, consequentemente, quem tem o direito
de se deslocar com segurança e autonomia. Assim, a discussão sobre a situação
dos pedestres que circulam fora das calçadas ultrapassa a dimensão física,
envolvendo também aspectos sociais, econômicos e políticos que influenciam o
planejamento urbano.
Além disso, compreender o papel das
calçadas e sua função dentro da dinâmica urbana requer a análise de conceitos
como acessibilidade, inclusão e sustentabilidade. De acordo com a Lei nº 12.587/2012, que institui a Política Nacional de Mobilidade Urbana, é dever do
poder público garantir que os deslocamentos ocorram de forma segura,
eficiente e equitativa, priorizando modos de transporte não motorizados, como a caminhada e o uso
de bicicletas. No entanto, observa-se que muitas cidades, especialmente as de
pequeno e médio porte, ainda carecem de infraestrutura adequada para o
pedestre, o que obriga muitos cidadãos a caminhar pelas ruas, disputando espaço
com veículos motorizados e se expondo a riscos de acidentes.
No contexto de Santa Cruz das Palmeiras, essas questões tornam-se particularmente relevantes, uma vez que o município apresenta áreas com condições inadequadas de passeio público, ausência de padronização e pouca acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Essas deficiências estruturais comprometem não apenas a mobilidade, mas também a segurança e o bem-estar da população. Dessa maneira, compreender a realidade local à luz da literatura científica permite identificar os principais desafios enfrentados pelos pedestres e propor caminhos para uma mobilidade mais segura, inclusiva e sustentável
2.1 Mobilidade urbana e o direito
à cidade
A mobilidade urbana é um dos pilares
fundamentais da organização das cidades modernas e está diretamente relacionada
à forma como os espaços públicos são planejados, ocupados e utilizados pela população. De acordo com a Política
Nacional de Mobilidade Urbana (Lei nº 12.587/2012), a mobilidade deve
ser entendida como um direito coletivo que visa garantir o acesso amplo e
democrático aos serviços, equipamentos e oportunidades oferecidos no espaço
urbano. Essa legislação também enfatiza a importância de se priorizar os modos de
transporte não motorizados e o transporte público coletivo, de modo a reduzir os impactos ambientais e promover uma cidade mais acessível e sustentável.
Nesse contexto, a circulação a pé se destaca como a forma mais básica e
inclusiva de deslocamento, sendo indispensável para assegurar o direito de ir e vir a todos os cidadãos, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade social, como
idosos, pessoas com deficiência e famílias de baixa renda (BRASIL, 2012).
Entretanto, a realidade de muitas cidades brasileiras demonstra que as condições oferecidas aos pedestres são precárias. Vasconcellos (2012) destaca que a mobilidade urbana não deve ser reduzida a um simples deslocamento físico, mas compreendida como um elemento essencial da cidadania e da inclusão social. As cidades que não proporcionam infraestrutura adequada para pedestres acabam reforçando desigualdades, já que limitam o acesso das pessoas aos espaços públicos e serviços essenciais. Assim, a ausência de calçadas seguras, planas e acessíveis se torna uma barreira física e simbólica, restringindo o exercício pleno do direito à cidade. Dessa forma, planejar a mobilidade urbana com foco na valorização dos modos de transporte ativo, como caminhar e pedalar, é uma estratégia fundamental para o desenvolvimento de ambientes urbanos mais saudáveis, sustentáveis e socialmente justos.
2.2 Acessibilidade e inclusão no espaço público
A acessibilidade é um conceito central nas discussões sobre inclusão social, cidadania e planejamento urbano. Segundo a Lei nº 10.098/2000, ela se refere à eliminação de barreiras que dificultem ou impeçam o acesso, a circulação e o uso dos espaços públicos e privados por pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Em outras palavras, a acessibilidade urbana deve garantir a todos os cidadãos condições adequadas de deslocamento com segurança, conforto e autonomia. Nesse sentido, as calçadas representam o primeiro nível de contato entre o indivíduo e o ambiente urbano, e sua qualidade é determinante para a efetivação do direito à mobilidade (BRASIL, 2000).
Contudo, nas cidades brasileiras,
observa-se uma grande diversidade na construção dos passeios públicos, o que
reflete a ausência de padronização e de fiscalização efetiva. Segundo Bins Ely
e Moura (2016), as calçadas frequentemente apresentam desníveis, buracos, pisos escorregadios e obstáculos, o que compromete a segurança dos pedestres, especialmente de pessoas
idosas, com deficiência visual ou motora e mães que empurram carrinhos de bebê. Além disso, o Estatuto da Pessoa
com Deficiência (Lei nº 13.146/2015) reforça
a obrigatoriedade de se criar ambientes urbanos acessíveis, com rampas de acesso, piso tátil,
faixas de travessia seguras e ausência de interferências arquitetônicas. A
falta de acessibilidade, portanto, não se restringe a um problema técnico, mas
reflete uma questão social e ética, pois evidencia o quanto a cidade é
excludente e desigual.
Carvalho e Oliveira (2020) acrescentam que a acessibilidade deve ser compreendida como um princípio estruturante do urbanismo contemporâneo, ultrapassando a noção de adaptação pontual para se tornar parte integrante do planejamento urbano. Promover acessibilidade não é apenas garantir o deslocamento físico, mas assegurar que todos os cidadãos possam participar plenamente da vida social, econômica e cultural da cidade. Assim, o desenho urbano acessível representa um avanço civilizatório, pois reconhece e respeita a diversidade humana, permitindo que as pessoas usufruam dos espaços públicos com dignidade e segurança.
2.3 Qualidade e segurança das calçadas em Santa Cruz das
Palmeiras
No contexto de Santa Cruz das Palmeiras, município localizado no interior do estado de São Paulo, o tema da acessibilidade e da qualidade das calçadas assume especial relevância. A cidade, assim como muitas de porte médio no país, apresenta uma malha urbana heterogênea, na qual convivem áreas centrais mais estruturadas e bairros periféricos com infraestrutura precária. Essa desigualdade se reflete na condição dos passeios públicos, que em diversos trechos apresentam pavimentação irregular, desníveis, ausência de rampas, vegetação mal posicionada e obstruções como postes e lixeiras. Esses problemas afetam diretamente a circulação de pedestres, tornando o deslocamento inseguro e desconfortável, especialmente para aqueles que dependem exclusivamente da locomoção a pé.
O Plano Diretor Municipal (SANTA CRUZ DAS PALMEIRAS, 2019) reconhece a importância da acessibilidade e da mobilidade urbana como eixos estruturantes do desenvolvimento local. O documento prevê a necessidade de padronização dos passeios públicos e a adoção de medidas que garantam a circulação segura e inclusiva de todos os cidadãos. No entanto, a efetivação dessas diretrizes enfrenta dificuldades práticas, como a falta de fiscalização e a ausência de conscientização por parte dos moradores e comerciantes, responsáveis legais pela manutenção das calçadas em frente aos seus imóveis. Macedo (2021) ressalta que, em cidades de pequeno e médio porte, o envolvimento da comunidade é essencial para o sucesso de políticas públicas voltadas à melhoria da infraestrutura urbana. A cooperação entre poder público e sociedade civil pode resultar em intervenções simples, porém significativas, como campanhas de conscientização, projetos de arborização planejada e a adoção de materiais adequados à pavimentação de passeios públicos. Dessa forma, estudar as condições das calçadas de Santa Cruz das Palmeiras permite compreender não apenas as limitações físicas do espaço urbano, mas também os desafios sociais e políticos que permeiam o processo de construção de uma cidade mais inclusiva. O investimento em acessibilidade deve ser entendido como uma ação estratégica que promove qualidade de vida, reduz acidentes e incentiva o deslocamento a pé, contribuindo para uma mobilidade urbana mais sustentável e humanizada.
3. METODOLOGIA
3.1 Tipo de pesquisa
O presente estudo caracterizou-se como uma pesquisa de campo, de natureza descritiva e abordagem quantitativa, tendo como propósito compreender, de maneira objetiva, as condições de circulação dos pedestres nas vias urbanas de Santa Cruz das Palmeiras. De acordo com Gil (2019), as pesquisas descritivas têm como principal finalidade observar, registrar e analisar fenômenos sem interferir em seu desenvolvimento natural, buscando descrever com precisão as características de determinada população ou realidade social. Essa escolha metodológica mostrou-se adequada ao propósito do trabalho, uma vez que o fenômeno estudado — a circulação de pedestres fora das calçadas e as condições das vias — exigiu uma abordagem empírica e mensurável, capaz de captar dados concretos e representativos. A natureza quantitativa da pesquisa permitiu converter as percepções dos participantes em dados estatísticos, facilitando a identificação de padrões e tendências de comportamento urbano. Dessa forma, o estudo buscou subsidiar reflexões que possam contribuir para o planejamento urbano e a promoção de uma mobilidade mais segura e inclusiva no município.
3.2 Local do estudo
A pesquisa foi desenvolvida no município de Santa Cruz das Palmeiras, localizado no interior do estado de São Paulo, pertencente à região administrativa de Campinas. A cidade apresentou um traçado urbano característico de municípios de pequeno a médio porte, com áreas centrais de comércio e serviços concentrados, ruas estreitas e bairros residenciais distribuídos ao redor do núcleo urbano principal. Essa configuração influenciou diretamente o modo de circulação dos pedestres, uma vez que o centro da cidade se destacou como o principal ponto de fluxo, especialmente em horários de pico e durante o funcionamento do comércio local. A escolha do município como objeto de estudo deu-se pela observação cotidiana de que muitos pedestres circulavam fora das calçadas, devido às más condições de conservação, à ausência de padronização dos passeios públicos e à falta de acessibilidade adequada em diversos trechos. Além disso, constatou-se que as calçadas apresentavam desníveis, obstáculos fixos, trechos com pisos quebrados ou inexistentes e ausência de rampas, comprometendo o deslocamento seguro, sobretudo de idosos, crianças e pessoas com deficiência. Dessa forma, a pesquisa buscou compreender a relação entre essas condições estruturais e o comportamento dos pedestres, contribuindo para um diagnóstico mais detalhado da mobilidade urbana local.
3.3 Participantes
Participaram da pesquisa 15 pedestres, todos maiores de 18 anos, residentes ou frequentadores assíduos das áreas centrais de Santa Cruz das Palmeiras. A seleção dos participantes ocorreu de maneira não probabilística, do tipo intencional, sendo convidados indivíduos que se encontravam em locais de grande movimentação, como praças, calçadões, ruas comerciais e proximidades de unidades de saúde. Essa forma de amostragem foi escolhida por possibilitar a inclusão de diferentes perfis de pedestres, garantindo maior diversidade de percepções dentro do grupo estudado. Os critérios de inclusão estabeleceram que o participante deveria ter mais de 18 anos e caminhar com frequência pelo município, o que assegurou que as respostas refletissem experiências reais e recentes. Todos os participantes foram informados sobre os objetivos do estudo e consentiram voluntariamente em participar, sendo garantido o anonimato e o uso ético das informações coletadas. O tamanho da amostra, embora reduzido, mostrou-se suficiente para a proposta do estudo, que visou compreender de forma exploratória as principais percepções e comportamentos relacionados à circulação de pedestres fora das calçadas.
3.4 Procedimentos de coleta
de dados
A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário estruturado, elaborado com base nas diretrizes de acessibilidade e mobilidade urbana estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT NBR 9050:2020) e em referências teóricas sobre o tema (VASCONCELLOS, 2017; GEHL, 2013). O instrumento contou exclusivamente com perguntas fechadas, de múltipla escolha, destinadas a levantar informações sobre a percepção dos pedestres quanto à segurança, conforto, manutenção, largura e acessibilidade das calçadas do município, bem como as razões que os levavam a caminhar fora delas. O questionário foi aplicado de forma digital, por meio da plataforma Google Forms, o que facilitou o preenchimento e possibilitou maior alcance, especialmente entre os pedestres mais jovens e familiarizados com o uso de tecnologias. A escolha por um instrumento quantitativo garantiu padronização nas respostas, minimizando vieses interpretativos e permitindo uma análise mais precisa dos resultados. Além disso, o uso do formulário eletrônico viabilizou a coleta rápida e organizada dos dados, mantendo a confidencialidade das respostas e assegurando a integridade das informações.
O instrumento de coleta de dados foi composto por 10 perguntas fechadas, divididas em blocos temáticos que abordaram perfil sociodemográfico, percepção sobre a infraestrutura urbana e segurança dos pedestres. As perguntas foram elaboradas de forma clara e objetiva, com o intuito de facilitar o entendimento dos respondentes e garantir a confiabilidade das respostas.
A seguir, são apresentadas as perguntas que integraram o questionário aplicado:
Idade:
( ) 18 a 25 anos ( ) 26 a 40 anos ( ) 41 a 60 anos ( ) acima de 60 anos
Gênero:
( ) Feminino ( ) Masculino ( ) Prefiro não informar
Com que frequência você caminha pelas ruas de Santa Cruz das Palmeiras?
( ) Todos os dias ( ) Algumas vezes por semana ( )
Raramente
Como você avalia
as condições gerais das calçadas
na cidade?
( ) Boas ( ) Regulares ( ) Ruins ( )
Inexistentes em muitos trechos
Você
costuma caminhar fora das calçadas (na rua)?
( ) Sempre ( ) Frequentemente ( ) Raramente ( ) Nunca
Com que frequência você presencia pedestres caminhando fora da calçada (na rua)?
( ) Sempre ( ) Frequentemente ( ) Raramente ( ) Nunca
Se sim, qual o principal motivo?
( ) Calçadas em mau estado ( ) Falta de espaço ( ) Obstáculos (postes, árvores, buracos, elevações, etc.) ( )
Falta de calçada ( ) Costume/cultural ( ) Outro
Você se sente seguro ao caminhar pelas calçadas da cidade?
( ) Sim ( ) Parcialmente ( )
Não
Na sua opinião, quais melhorias são mais urgentes?
( ) Nivelamento e reparo
( ) Aumento da largura ( )
Iluminação ( ) Rampas de
acessibilidade (
) Limpeza e conservação
Na sua opinião, caminhar fora das calçadas representa risco à segurança?
( ) Sim ( ) Parcialmente ( )
Não
As respostas a essas questões foram
utilizadas para avaliar as condições de acessibilidade e segurança do espaço
urbano, bem como para compreender o comportamento e a percepção dos pedestres
diante das falhas estruturais observadas. O questionário serviu como base para
o diagnóstico quantitativo apresentado nos capítulos seguintes.
3.5 Tratamento e Análise dos Dados
Os dados coletados foram tratados e
analisados com base em técnicas de estatística descritiva, utilizando frequências absolutas e relativas
para representar as respostas obtidas. Inicialmente, as informações foram
organizadas em planilhas eletrônicas, o que permitiu uma leitura sistematizada e comparativa entre as variáveis investigadas. Em seguida, os
resultados foram apresentados por meio de gráficos e tabelas, a fim de
facilitar a visualização dos padrões de resposta e das principais tendências
identificadas entre os pedestres. Essa abordagem permitiu compreender os
aspectos mais relevantes da percepção dos participantes e identificar os
fatores que mais impactavam a decisão de circular fora das calçadas. A
interpretação dos resultados foi feita à luz da literatura sobre mobilidade
urbana, acessibilidade e segurança viária, o que possibilitou contextualizar as
informações locais em um panorama mais amplo das políticas e práticas urbanas
brasileiras. Segundo Prodanov e Freitas (2013), a análise
quantitativa fornece subsídios objetivos que fortalecem a validade das
conclusões, além de permitir o estabelecimento de relações entre os dados e a
realidade empírica observada. Dessa forma, os achados serviram como base para a discussão crítica e para a
proposição de medidas que visaram contribuir com o planejamento urbano
e a melhoria da segurança dos pedestres em Santa Cruz das Palmeiras.
4.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No presente capítulo foram apresentados os resultados obtidos junto a uma amostra de 15 pedestres de Santa Cruz das Palmeiras e discutidas as principais evidências a partir da literatura sobre mobilidade e acessibilidade urbana. Inicialmente, procedeu-se à caracterização sociodemográfica dos participantes, cujo objetivo foi fornecer contexto para a interpretação das demais variáveis. A distribuição por faixa etária mostrou que a maioria dos respondentes se encontrava na faixa entre 26 e 40 anos (6 participantes; 40,0%), seguida pela faixa de 18 a 25 anos (4 participantes; 26,7%), 41 a 60 anos (3 participantes; 20,0%) e acima de 60 anos (2 participantes; 13,3%). Em termos de gênero, a amostra apresentou participação quase equilibrada, com 8 participantes do sexo masculino (53,3%) e 7 do sexo feminino (46,7%). Essas características foram relevantes para a interpretação posterior, pois permitiram verificar se percepções sobre calçadas e segurança variavam por perfis etários ou de gênero (Figura 1 e Figura 2).
Figura 1. Idade
Fonte: própria Figura 2. Gênero
Fonte: própria
A partir das respostas sobre a frequência de deslocamento a pé, constatou-se que a maioria dos entrevistados caminhava pelas ruas de Santa Cruz das Palmeiras com alguma regularidade: 8 participantes (53,3%) informaram caminhar “algumas vezes por semana” e 5 (33,3%) declararam caminhar “todos os dias”, enquanto 2 (13,3%) indicaram “raramente”. Esse padrão confirmou que a população inquirida era composta, em sua maioria, por usuários recorrentes do espaço público a pé, o que conferiu maior validade às percepções expressas sobre as condições das calçadas e os riscos percebidos no circuito urbano (Figura 3).
Figura 3. Frequência de uso
Fonte: própria
Quando
se solicitou uma avaliação geral das condições das calçadas no município,
as respostas revelaram uma avaliação predominantemente crítica: 8 respondentes
(53,3%) classificaram as calçadas como “regulares”, 5 (33,3%) como “ruins” e apenas
2 (13,3%) como “boas”. Esses resultados indicaram que a percepção coletiva
situou a infraestrutura em um patamar insatisfatório, o que corrobora os
relatos observacionais feitos durante o trabalho de campo sobre desníveis,
obstáculos e trechos sem pavimentação adequada. Essa constatação alinhou-se com
estudos sobre mobilidade em municípios de porte similar, que destacam a
precariedade das calçadas como fator condicionante da segurança e do conforto
do pedestre (VASCONCELLOS, 2012; MACEDO, 2021) (Figura 4).
Figura 4. Condições gerais
Fonte: própria
Quanto ao comportamento efetivo dos pedestres, a pesquisa apontou que parte significativa dos respondentes já caminhava fora das calçadas em algum momento: 6 participantes (40,0%) responderam “frequentemente” e outros 6 (40,0%) “raramente”, enquanto 2 (13,3%) assinalaram “nunca” e 1 (6,7%) indicou “sempre”. Essa distribuição mostrou que, embora nem todos os entrevistados optassem regularmente pela via de rolamento, havia uma prevalência de uso ocasional ou frequente da rua por pedestres, o que, combinado com as avaliações negativas sobre a qualidade das calçadas, sugeriu uma relação direta entre condições físicas insatisfatórias e a opção por caminhar fora do passeio público (Figura 5).
Figura 5. Caminhar fora das calçadas
Fonte: própria
Ao investigar as motivações
relacionadas ao ato de caminhar na rua, solicitou-se que os participantes
indicassem o principal motivo; a categoria “obstáculos (postes, árvores,
buracos, elevações etc.)” sobressaiu, sendo indicada por 11 respondentes como razão
principal em suas respostas (i.e., quando se considerou a primeira razão listada). Outras razões também
apareceram com importância, como “calçadas em mau estado” (6 menções), “falta
de espaço” (5 menções) e “costume/cultura” (4 menções). Essas evidências
reforçaram a hipótese de que a presença de barreiras físicas na calçada e a
falta de continuidade do passeio constituíram os principais motores que forçaram o pedestre a deslocar-se pela rua, alinhando-se com a literatura que descreve obstáculos físicos
como fator crítico de exclusão e risco (BINS ELY; MOURA, 2016; CARVALHO;
OLIVEIRA, 2020) (Figura 6).
Figura 6. Motivo
Fonte: própria
A pesquisa também
investigou a frequência com que os participantes presenciaram pedestres caminhando fora
das calçadas, buscando compreender se esse comportamento era percebido como
algo esporádico ou recorrente no cotidiano urbano. Os resultados evidenciaram
que esse tipo de ocorrência era amplamente observado pelos moradores de Santa
Cruz das Palmeiras. A maioria dos entrevistados (46,7%) afirmou presenciar
pedestres caminhando fora das calçadas “frequentemente”, enquanto 40%
declararam que isso “sempre” acontecia, e apenas 13,3% disseram observar tal
prática “raramente”. Nenhum dos
respondentes afirmou nunca ter presenciado a situação, o que confirma
que essa é uma realidade cotidiana nas vias da cidade. Esses dados reforçaram o
diagnóstico de que a circulação fora das calçadas não se restringia a casos
isolados, mas representava um fenômeno coletivo, associado tanto à precariedade
da infraestrutura urbana quanto à ausência de
políticas públicas voltadas
à conscientização e fiscalização. Tal achado evidenciou que o problema ultrapassava o comportamento individual dos pedestres, refletindo um padrão social de adaptação a um espaço urbano que ainda não
oferece condições adequadas para o deslocamento seguro a pé (Figura 7).
Figura 7. Frequência que se
presencia pedestres caminhando fora da calçada
Fonte: própria
A percepção de segurança ao caminhar pelas calçadas também foi avaliada
pelos participantes e mostrou-se parcial: 8 respondentes (53,3%) afirmaram que se sentiam seguros ao caminhar pelas
calçadas, 4 (26,7%) disseram não se sentir seguros e 3 (20,0%) responderam
“parcialmente”. Essa divisão indicou
que, embora uma maioria relativa
citasse sentir-se segura, havia uma parcela expressiva de usuários com sensação de insegurança ou insegurança condicional, o que possivelmente decorreu das condições físicas previamente relatadas e da
presença de pontos críticos. É importante notar que a sensação de insegurança
está correlacionada com maior probabilidade de o pedestre adentrar a via de
rolamento para evitar trechos inadequados, aumentando a exposição ao risco de
atropelamento e conflito com veículos (OMS, 2018) (Figura 8).
Figura 8. Segurança nas calçadas
Fonte: própria
Sobre a percepção de risco associada ao
ato de caminhar fora das calçadas, a resposta foi praticamente consensual: 12
participantes (80,0%) afirmaram que caminhar fora das calçadas representava
risco à segurança, 2 (13,3%)
responderam “parcialmente” e apenas 1 (6,7%) considerou que não havia risco.
Esses dados demonstraram que a maioria dos inquiridos tinha consciência do perigo associado ao deslocamento na via de rolamento, ainda que tal prática se mantivesse em função de necessidades ou da falta de alternativas
seguras — evidenciando um conflito entre percepção de risco e comportamento
prático, possivelmente condicionado por limitações físicas do espaço público
(Figura 9).
Figura 9. Caminhar fora das calçadas
representa risco?
Fonte: própria
Quando
se perguntou quais eram as melhorias mais urgentes para as calçadas, as respostas — tratadas de forma que cada menção fosse
contabilizada — apontaram limpeza e conservação (7 menções), nivelamento e
reparo (7 menções), iluminação (6 menções), rampas de acessibilidade (5
menções) e aumento da largura (1 menção). Essa priorização indicou que, para os
usuários, ações de manutenção rotineira e correção de irregularidades foram
vistas como medidas de impacto imediato, enquanto intervenções de maior escala,
como ampliação de largura, apareciam com menor prioridade relativa. A ênfase na
limpeza e no reparo confirma que intervenções de curto prazo poderiam melhorar
substancialmente a usabilidade dos passeios sem requerer grandes
investimentos, ao mesmo
tempo em que medidas
de médio e longo prazo (padronização, aumento de largura e instalação de
rampas) deveriam compor um plano de ação integrado (Figura 10).
Figura 10. Melhorias mais
urgentes
Fonte: própria
Em termos de cruzamentos entre variáveis, procedeu-se a análises descritivas por faixa etária e por gênero para verificar possíveis padrões diferenciados. Por faixa etária observou-se que as faixas mais jovens (18–25 e 26–40 anos) apresentaram maior propensão a declarar caminharem “algumas vezes por semana” ou “todos os dias” e foram as que mais indicaram motivos relacionados a obstáculos e falta de manutenção como razão para caminharem na rua. A faixa etária acima de 60 anos, apesar de menor representatividade na amostra (2 respondentes), assinalou maior preocupação com segurança e acessibilidade, o que é consistente com a literatura que evidencia maior vulnerabilidade de idosos em ambientes urbanos com barreiras físicas (BINS ELY; MOURA, 2016). Em relação ao gênero, as diferenças não se manifestaram de forma clara na amostra (dado o pequeno número de respondentes), o que impediu inferências robustas; contudo, tanto homens quanto mulheres relataram problemas de manutenção e obstáculos como fatores relevantes que impactaram a circulação (tabelas de distribuição disponíveis no apêndice).
Por fim, a triangulação entre os dados
quantitativos coletados permitiu sustentar algumas recomendações práticas: 1)
intervenções de curto prazo deveriam priorizar limpeza, nivelamento e correção
de buracos e obstruções para reduzir a necessidade
de pedestres circularem na via; 2) melhorias de médio prazo incluiriam a
instalação de rampas de acessibilidade e a padronização do piso, visando a
inclusão de idosos e pessoas com mobilidade reduzida; 3) ações de longo prazo
envolveriam a revisão do desenho das calçadas quanto à largura e integração com
travessias seguras e iluminação adequada. Essas medidas foram respaldadas tanto
pela percepção majoritária dos participantes quanto pela literatura
especializada sobre mobilidade a pé e segurança viária (BRASIL, 2012; OMS,
2018; VASCONCELLOS, 2012), indicando um conjunto de ações com balanço entre
custo e impacto social.
5. CONCLUSÃO
A análise estatística descritiva
realizada a partir dos dados coletados sobre o comportamento de pedestres que
circulam fora das calçadas permitiu não apenas observar um fenômeno comum do cotidiano
urbano, mas também
compreender suas múltiplas
causas e implicações. A pesquisa demonstrou que o ato de caminhar fora do
espaço destinado ao pedestre não é fruto de mera desatenção ou desrespeito às
normas de trânsito, mas um reflexo das condições estruturais e sociais que
configuram o ambiente urbano. Ao sistematizar as informações por meio de
gráficos e tabelas, foi possível visualizar com clareza a frequência e a
distribuição desse comportamento, revelando padrões que apontam tanto para
deficiências na infraestrutura quanto para a necessidade de maior conscientização
da população. Assim, a estatística mostrou-se uma ferramenta essencial para
transformar observações empíricas em dados concretos que permitem uma análise mais profunda
da realidade.
Os resultados obtidos revelam que, em muitos casos, os pedestres não escolhem andar fora das calçadas por conveniência, mas por necessidade. Em diversas vias urbanas, as calçadas apresentam problemas como irregularidades, buracos, falta de nivelamento, presença de obstáculos, acúmulo de entulho ou até mesmo ausência total do passeio público. Essas condições tornam o deslocamento perigoso, especialmente para pessoas idosas, com deficiência ou com mobilidade reduzida. Desse modo, andar na rua, apesar de arriscado, muitas vezes se torna a única alternativa viável. Essa constatação reforça a ideia de que a segurança do pedestre está diretamente relacionada à qualidade da infraestrutura urbana e à atuação do poder público na manutenção e planejamento dos espaços destinados à circulação humana. Uma cidade que não garante calçadas acessíveis e seguras limita o direito de ir e vir de seus cidadãos e, consequentemente, compromete sua qualidade de vida. Sob a perspectiva comportamental, o estudo também destaca como o hábito de andar fora das calçadas pode estar associado a aspectos culturais e à falta de conscientização sobre os riscos envolvidos. Em muitas situações, observa-se uma naturalização desse comportamento, especialmente em regiões onde a presença de pedestres nas ruas é comum. A ausência de campanhas educativas e de fiscalização contribui para reforçar essa prática, criando um ciclo de descuido que afeta tanto pedestres quanto motoristas. Portanto, a mudança desse cenário requer não apenas melhorias físicas no ambiente urbano, mas também investimentos em educação para o trânsito, sensibilização da população e promoção de uma cultura de respeito mútuo entre todos os usuários das vias públicas. A formação de uma consciência coletiva sobre a importância da segurança e do uso adequado dos espaços públicos é um processo gradual, que exige continuidade e comprometimento por parte das autoridades e da sociedade civil.
Além dos aspectos práticos observados,
esta pesquisa reforça a relevância da estatística descritiva como instrumento
para a análise e compreensão de fenômenos sociais. Ao organizar, resumir e
representar os dados de forma clara e objetiva, foi possível identificar tendências, comparar comportamentos e interpretar os resultados
de maneira fundamentada. A estatística, nesse contexto, não se limita a um
conjunto de cálculos, mas atua como uma ponte entre a realidade observada
e o conhecimento científico. Ela permite que situações aparentemente
banais, como o simples ato de caminhar, sejam compreendidas sob uma ótica mais
ampla, que considera fatores estruturais, ambientais
e comportamentais. Dessa forma, a pesquisa contribui para o
desenvolvimento de um olhar mais crítico e analítico sobre o espaço urbano e as
relações que nele se estabelecem.
Por fim, é possível afirmar que este
estudo, embora de caráter descritivo, cumpre um papel importante ao chamar atenção
para um problema
recorrente e muitas
vezes negligenciado no planejamento das cidades. As evidências aqui apresentadas podem servir de base para futuras
discussões sobre mobilidade, acessibilidade
e segurança urbana, bem como para a formulação de políticas públicas mais
efetivas. Investir em calçadas seguras e acessíveis não é apenas uma questão
estética, mas um compromisso com a dignidade e o bem-estar da população. Além
disso, promover a conscientização sobre o uso adequado dos espaços públicos é
um passo essencial para a construção de cidades mais humanas, inclusivas e
seguras. Assim, esta pesquisa encerra-se com a reflexão de que compreender o
comportamento dos pedestres é também compreender as falhas e potencialidades de
nossas cidades, e que o caminho para um trânsito mais seguro começa pela
valorização da vida e do espaço urbano compartilhado.
6. REFERÊNCIAS
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