PORTAL DA GESTÃO PÚBLICA
LETÍCIA DOS SANTOS DE RIBAMAR - MATRÍCULA: 852699
ROBERTO GOMES DA SILVA
- MATRÍCULA: 85166-3
JOÃO JEREMIAS FEITOSA NETO - MATRÍCULA: 852451-2
GEOVALDO LIMA PEREIRA -
MATRÍCULA: 852435
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO
PARA O TRÂNSITO
Imperatriz – MA
2025
LETÍCIA DOS SANTOS DE RIBAMAR - MATRÍCULA: 852699
ROBERTO GOMES DA SILVA
- MATRÍCULA: 85166-3
JOÃO JEREMIAS FEITOSA NETO - MATRÍCULA: 852451-2
GEOVALDO LIMA PEREIRA -
MATRÍCULA: 852435
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO
PARA
O TRÂNSITO
Atividade
Prática, Trabalho de Conclusão de
módulo, Curso de Formação Agente da Autoridade de Trânsito – 2025/1.
2025
1 INTRODUÇÃO
A crescente urbanização e o aumento da frota de
veículos têm tornado o trânsito um espaço de intensas
interações sociais, onde comportamentos inseguros frequentemente resultam
em acidentes com sérias consequências. No Brasil, a violência no trânsito é uma das principais
causas de morte, especialmente entre jovens, configurando-se como um grave
problema de saúde pública. Diante desse cenário, a educação para o trânsito
surge como ferramenta estratégica de promoção
da cidadania, da segurança viária e da valorização da vida (Bianchi
et al., 2021).
A abordagem educativa voltada ao trânsito deve
estar ancorada em princípios de responsabilidade coletiva e formação cidadã,
promovendo mudanças comportamentais sustentáveis e eficazes. A segurança
no trânsito deve ser compreendida como uma construção social que exige a
articulação entre políticas públicas, instituições educativas e envolvimento da
sociedade civil. O autor defende que o comportamento seguro no trânsito é
produto da conscientização e do exercício pleno da cidadania, sendo a educação
o ponto de partida para essa transformação (Silva, 2021).
Como meio de informação, as escolas desempenham
um papel fundamental nesse processo, uma vez que são espaços privilegiados para a formação
de valores éticos e sociais.
A inserção da temática da educação para o trânsito no currículo escolar,
conforme preconizado pelo Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.503/1997),
possibilita o desenvolvimento de condutas seguras desde a infância. Pinto e
Costa (2022) ressaltam que práticas educativas lúdicas e contextualizadas nas séries iniciais
são mais eficazes,
pois promovem a internalização
precoce de comportamentos preventivos.
Além do ambiente escolar, ações educativas em
espaços comunitários e eventos de extensão universitária também se mostram
eficazes. O projeto “Meu Primeiro Certificado UFPR”, aplicado durante a Feira de Profissões, alcançou
milhares de estudantes com atividades
interativas sobre segurança no trânsito, com destaque para o uso do cinto de
segurança, o comportamento de pedestres e a recusa de caronas com motoristas
alcoolizados. Esse tipo de intervenção evidencia como a educação, quando aliada
à prática e ao contexto cotidiano, potencializa a transformação de atitudes
(Bianchi et al., 2021).
Dessa forma, a presente pesquisa
tem como objetivo
analisar a importância da educação no
trânsito na prevenção de acidentes, com ênfase na construção de uma cultura de respeito
às normas e à vida. Esta pesquisa tem como objetivo apresentar a importância da
educação no trânsito, e para o trânsito para a mitigação dos acidentes de trânsito por meio da educação e da conscientização de alunos e da
população.
2 EPIDEMIOLOGIA DOS ACIDENTES DE TRÂNSITO NO BRASIL
A epidemiologia dos acidentes de trânsito (AT) no Brasil
tem sido amplamente estudada devido à sua significativa contribuição para a
morbimortalidade da população. Acidentes de trânsito (AT) são eventos
imprevisíveis que envolvem veículos e pessoas em vias públicas, ocasionando
danos físicos, emocionais e patrimoniais. Segundo o Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (IPEA), os acidentes são eventos com elevados custos sociais
e financeiros, exigindo resposta intersetorial efetiva para prevenção e
controle.
De acordo com dados da Organização Mundial da
Saúde (OMS), cerca de 1,2 milhão de pessoas morrem anualmente em todo o mundo
vítimas de AT, com aproximadamente 50
milhões de feridos. Esses números colocam os acidentes de trânsito entre as
principais causas de morte, especialmente em países de baixa e média renda (Del
Sarto & Gimeniz-Paschoal, 2020).
No contexto brasileiro, a situação é igualmente
alarmante. O país ocupa o quinto lugar no ranking mundial
de mortes por AT. Segundo
Aquino et al. (2020), entre 2000 e 2016, foram registrados mais de 600 mil óbitos
por acidentes de transporte terrestre, com tendência crescente em diversos municípios não
capitais, revelando disparidades regionais na efetividade das políticas de
prevenção.
A maior parte
das vítimas é composta por homens jovens,
com menos de 30 anos,
muitos deles motociclistas. Um estudo realizado por Melo e Mendonça
(2021) em Maringá (PR) mostrou que 85% das vítimas
de acidentes não fatais eram do sexo masculino, e mais da metade
pilotavam motocicletas.Esses dados são corroborados por Mendonça et al. (2021),
que identificaram que a maioria dos pacientes internados por acidentes com moto são homens entre 18 e 25 anos, que utilizavam
veículos de baixa cilindrada e apresentavam principalmente fraturas nos membros
inferiores. Essa faixa etária representa uma população economicamente ativa, e
os acidentes impactam diretamente a produtividade.
O estudo de Rios et al. (2019), com base em
inquérito populacional na Bahia, demonstrou
que motociclistas apresentam o dobro de risco de se envolverem em AT em relação
a motoristas de automóveis. Além disso, são mais propensos
a lesões, interrupção de atividades cotidianas
e necessidade de atendimento emergencial. Outro dado relevante é o custo dos
acidentes. Segundo Carvalho (2020), os prejuízos anuais chegam a R$ 50 bilhões
no Brasil, incluindo despesas com internações, perda de produtividade, auxílios
previdenciários e danos materiais. Esses custos evidenciam a necessidade
urgente de intervenções mais efetivas.
Em termos de distribuição espacial, as áreas urbanas, especialmente regiões centrais e de grande circulação, concentram mais ocorrências. Melo e Mendonça (2021) identificaram que bairros centrais de Maringá, como Alvorada e Zona 7, têm maiores taxas de acidentes. Há também uma lacuna significativa na educação formal sobre segurança no trânsito. Conforme Del Sarto e Gimeniz-Paschoal (2020), ainda são escassos os estudos de pós-graduação que tratam do tema educação para o trânsito, apesar de sua importância comprovada na formação cidadã e na prevenção de acidentes.
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB),
instituído em 1997, representou um avanço normativo importante ao prever a integração dos municípios ao Sistema
Nacional de Trânsito. No entanto,
segundo Aquino et al. (2020), em 2018 mais de 3.900 municípios ainda não estavam
integrados ao sistema,
o que compromete a efetividade das ações locais
de prevenção. Entre os
fatores de risco para AT estão
comportamentos imprudentes como excesso de velocidade, uso de substâncias
psicoativas, não utilização de equipamentos de segurança, além de falhas
estruturais nas vias e deficiências na fiscalização.
O aumento da frota de motocicletas, incentivado por financiamentos acessíveis, é outro fator crítico.
Mendonça et al. (2021) relatam que muitas vítimas pilotavam motocicletas de
baixa cilindrada adquiridas por consórcio, evidenciando uma mudança no perfil
socioeconômico dos condutores. A desigualdade social também afeta a
vulnerabilidade às lesões por AT. Pessoas com menor escolaridade e renda têm menos acesso
à reabilitação e mais
dificuldade para retomar suas atividades após um acidente.
A qualidade dos dados também interfere nas
análises epidemiológicas. Silva et al. (2019)
ressaltam a importância de identificar outliers
em bases de dados de trânsito, pois valores
discrepantes podem comprometer a acurácia das conclusões e a definição
de políticas públicas. O Programa Vida no Trânsito,
criado em 2010, foi uma tentativa de concentrar esforços na redução da
violência no trânsito. No entanto, sua implementação tem sido limitada a
grandes centros urbanos, o que deixa milhares de municípios com alta mortalidade
sem suporte adequado.
A integração entre trânsito
e segurança pública, como abordado por Vilas
Bôas e Silva (2015), é uma estratégia essencial. O trânsito deve ser entendido
como um espaço
de convivência cidadã, onde o comportamento do condutor é elemento-chave
na prevenção de desorganização do sistema. Estudos
de distribuição temporal
dos acidentes apontam
que finais de semana e horários
noturnos concentram maior número de ocorrências, muitas vezes associadas ao consumo de álcool.
Isso destaca a importância de fiscalizações como a Lei
Seca.
A adoção de tecnologias para monitoramento e fiscalização também pode contribuir para a redução de acidentes. No entanto, sua distribuição ainda é desigual, com ênfase em capitais. Em suma, a análise epidemiológica dos AT no Brasil revela um panorama preocupante, com altos índices de lesões e mortes evitáveis. A construção de um sistema viário mais seguro exige ações coordenadas entre governo, sociedade civil e setor privado.
3 A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO NO/PARA O TRÂNSITO PARA A MITIGAÇÃO DE ACIDENTES
A educação para o trânsito
constitui uma das estratégias mais eficazes para a construção de uma sociedade mais segura e cidadã. No Brasil, onde os índices
de acidentes viários
atingem níveis alarmantes, a formação consciente desde a infância
é uma medida essencial para prevenir
sinistros e salvar vidas (Fracassi; Almeida, 2020). De acordo com dados da
Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1,25 milhão de pessoas morrem anualmente
em acidentes de trânsito, sendo que grande
parte dessas vítimas são
pedestres, ciclistas e motociclistas. Tais
estatísticas revelam não apenas falhas na infraestrutura viária, mas também na
formação cultural e comportamental dos usuários do trânsito (Queiroz et al.,
2021).
Nesse cenário, a educação aparece
como instrumento transformador, pois trata-se de um
processo que vai além da mera assimilação de regras; ela promove a reflexão
crítica e o desenvolvimento de valores como respeito, solidariedade e
responsabilidade coletiva. Os acidentes de trânsito
resultam não só de ações impulsivas, mas de escolhas
fundamentadas por valores e
crenças culturais. A educação para o trânsito deve, portanto,
romper com a lógica da velocidade e do individualismo, promovendo uma cultura voltada
para a mobilidade humana e sustentável (Nascimento, 2021).
Na prática escolar, iniciativas têm demonstrado
sucesso ao integrar a temática do trânsito nos currículos desde os anos
iniciais. Por meio de atividades lúdicas e pedagógicas, crianças aprendem sobre
regras, sinais e comportamentos seguros, o que potencializa a formação de
futuros condutores mais conscientes. A escola, nesse contexto, torna-se espaço
privilegiado de socialização e conscientização. Além de ensinar conteúdos
formais, ela promove valores e prepara os estudantes para a convivência urbana
e o uso responsável do espaço público (Fracassi; Almeida, 2020).
É também dever do Estado garantir a permanência e eficácia dessas práticas educativas. Segundo o artigo 76 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a educação para o trânsito deve estar presente desde a educação infantil até o ensino superior, como medida preventiva e contínua (Nascimento, 2021). Contudo, a educação para o trânsito não pode se restringir ao ambiente escolar. Iniciativas como projetos de extensão universitária têm demonstrado o impacto positivo da articulação entre instituições de ensino superior e a comunidade, ao levar conhecimentos e práticas educativas para diferentes faixas etárias e contextos sociais (Santos Júnior et al., 2019).
A inclusão de conteúdos relacionados ao trânsito nos programas educacionais é também um meio de
democratizar o espaço urbano. Afinal,
o trânsito é um palco de relações sociais, onde se expressam desigualdades,
conflitos e, potencialmente, solidariedades. Não se trata apenas de formar bons
motoristas, mas de formar cidadãos conscientes do papel que desempenham na
segurança e bem-estar coletivo. O respeito ao outro no trânsito começa com a
valorização da vida e o entendimento de que todos têm o direito à mobilidade
segura (Melo; Souza, 2021).
É fundamental ainda abordar os impactos do
trânsito na saúde pública. Os acidentes resultam não só em mortes, mas em
incapacidades permanentes, traumas emocionais e sobrecarga nos sistemas de
saúde. Logo, a educação preventiva contribui para reduzir custos sociais e
humanos. Além disso, políticas
públicas devem ser formuladas com base em dados concretos sobre a realidade do
trânsito local, e essas ações devem contemplar aspectos de engenharia,
fiscalização e, sobretudo, educação (Faria; Braga, 1999; Nascimento, 2021).
Experiências em diversas regiões do Brasil
mostram que a combinação de educação e ações intersetoriais envolvendo escolas,
universidades, sindicatos e órgãos de trânsito produz efeitos duradouros e
efetivos na redução da violência viária (Queiroz et al., 2021). Também é
preciso reconhecer a importância da família como núcleo formador. Os comportamentos
no trânsito são frequentemente aprendidos pelo exemplo. Pais que desrespeitam
regras tendem a influenciar negativamente seus filhos, perpetuando uma cultura
de risco (Melo; Souza, 2021).
A transformação
dessa cultura exige, portanto, um compromisso coletivo, envolvendo governos,
escolas, famílias e a sociedade como um todo.
A educação para o trânsito
deve ser vista como um direito de todos e uma obrigação compartilhada (Pinto; Cunha, 2013). É preciso
avançar no desenvolvimento de metodologias ativas e participativas, capazes de
despertar nos indivíduos uma postura
crítica frente à realidade do trânsito e o desejo
de transformá-la (Santos Junior et al., 2019).
O uso de materiais lúdicos, simulações, jogos e discussões em grupo favorece a aprendizagem significativa, permitindo que crianças e adolescentes internalizem os princípios do convívio harmônico no trânsito. Para além da sala de aula, campanhas educativas nas mídias, parcerias com autoescolas e ações em espaços públicos reforçam a mensagem da educação para o trânsito e ampliam seu alcance (Nascimento, 2021). A educação para o trânsito precisa ser contínua, integrada às políticas públicas de mobilidade urbana e entendida como um investimento no futuro. É somente por meio da formação cidadã que poderemos, de fato, transformar o trânsito em um espaço de convivência segura, solidária e democrática (Queiroz et al., 2021).
4 AÇÕES DE EDUCAÇÃO NO/PARA O TRÂNSITO EM IMPERATRIZ, MARANHÃO
Em 2024 no município de Imperatriz, no estado
do Maranhão, foram realizadas importantes ações de educação no e para o
trânsito pela Superintendência de Trânsito e Transporte (SUTRAN), promovendo a
conscientização e o engajamento da comunidade
sobre a importância de um comportamento seguro nas vias urbanas. As
atividades foram desenvolvidas em espaços públicos, com participação ativa de
agentes educadores, estudantes e moradores locais, e tinham como objetivo
central a formação de uma cultura de paz e responsabilidade no trânsito.
As imagens registram momentos significativos
dessas ações (Figura 1), como a mobilização de crianças e adolescentes em
dinâmicas educativas, distribuição de materiais informativos e orientações práticas
feitas por profissionais e voluntários engajados na causa da segurança viária. É possível observar
faixas temáticas, cartazes, fantasias e atividades lúdicas que foram
estrategicamente utilizadas para atrair a atenção do público e transmitir
mensagens de forma clara e acessível.
Figura 1. Ação educativa
"Travessia Segura”.
Fonte: Instagram
da Superintendência de Trânsito e Transporte (SUTRAN,
2024).
Um dos principais focos das atividades foi o público infantil (Figura 2), reconhecendo que a educação para o trânsito deve começar desde os primeiros anos de vida. Crianças foram orientadas sobre como atravessar a rua com segurança, a importância do uso do cinto de segurança, o respeito à sinalização e o papel de cada um na preservação da vida no trânsito. A ludicidade se destacou como ferramenta pedagógica, com uso de fantoches, encenações, jogos e até miniaturas de elementos urbanos.
Figura 2. Ações de educação para o trânsito em escolas da rede municipal de
educação em Imperatriz, Maranhão.
Fonte: Instagram da Superintendência de Trânsito e Transporte (SUTRAN, 2024).
Além do público infantil, adultos e condutores também foram envolvidos nas ações (Figura 2), educadores abordaram motoristas com mensagens educativas e lembranças simbólicas que reforçavam atitudes seguras, como não usar o celular ao volante, respeitar os limites de velocidade e dar preferência ao pedestre. A participação de agentes de trânsito reforçou a legitimidade das orientações, aproximando a fiscalização da comunidade por meio do diálogo e da empatia.
Figura 3. Ação educativa "Pé
na faixa".
Fonte: Instagram da Superintendência de Trânsito e Transporte (SUTRAN, 2024).
O caráter intersetorial e comunitário dessas
ações também merece destaque. A união entre escolas, órgãos de trânsito,
secretarias municipais, instituições de ensino superior e organizações da sociedade civil
tornou a mobilização mais abrangente e eficaz. Essa articulação
mostra que a transformação no trânsito é responsabilidade coletiva, e que
pequenas ações educativas geram impactos duradouros.
As atividades contribuíram para informar, e também para sensibilizar, a vivência prática da cidadania no trânsito
por meio de simulações, dramatizações e interação com os educadores favoreceu o desenvolvimento de
atitudes empáticas e preventivas, fundamentais para a construção de uma
mobilidade mais humana e segura. A cidade de Imperatriz, ao promover essas
ações, dá um exemplo de como é possível unir educação e cidadania em favor da
vida.
A educação para o trânsito não deve ser pontual, mas contínua, renovada e adaptada aos diferentes públicos. A formação de novos hábitos depende do reforço constante de valores, do estímulo à reflexão e do envolvimento comunitário. A valorização da vida e do bem comum deve ser o princípio norteador de todas as políticas públicas de trânsito. Nesse sentido, as ações educativas desenvolvidas em Imperatriz cumprem um papel essencial na consolidação de uma cultura de respeito e corresponsabilidade no espaço urbano.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As ações de educação no e para o trânsito
realizadas em Imperatriz, Maranhão, demonstraram a importância da educação no
trânsito, e para o trânsito para a mitigação dos acidentes de trânsito por meio
da educação e da conscientização de alunos e da população. As iniciativas envolveram múltiplos atores
sociais crianças, educadores, agentes públicos e a população em geral
promovendo uma reflexão sobre os comportamentos cotidianos nas vias urbanas e a
importância do respeito mútuo no espaço público. Essas atividades reforçaram o
entendimento de que o trânsito é um espaço de convivência coletiva e, portanto,
demanda corresponsabilidade, empatia e formação contínua dos seus usuários.
A educação para o trânsito, como apontam os estudos analisados, deve ser compreendida como
um processo formativo essencial e permanente, que ultrapassa a simples
assimilação de regras. Ela está relacionada à construção de valores éticos,
à percepção do outro e à valorização da vida. Educar para o
trânsito é também educar para a convivência em sociedade e para o exercício da
cidadania. A experiência em Imperatriz evidencia que ações educativas
desenvolvidas de forma lúdica, participativa e intersetorial têm alto potencial
de impacto, especialmente entre crianças e adolescentes.
Ao integrar escolas, órgãos públicos e
comunidade, essas iniciativas contribuem para internalizar comportamentos seguros desde a infância, colaborando para a formação
de futuros condutores mais conscientes. Além disso, é importante ressaltar
que campanhas educativas, por mais significativas que sejam, não devem ocorrer
de forma pontual
e isolada. É imprescindível
que haja uma política pública estruturada de educação para o trânsito, com
investimentos contínuos em formação docente, materiais didáticos, projetos
escolares e articulação com os demais setores da mobilidade urbana.
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