quarta-feira, 18 de junho de 2025

ANÁLISE DA CONSCIENTIZAÇÃO DOS CONDUTORES EM IMPERATRIZ FRENTE AO CUMPRIMENTO DAS NORMAS DE TRÂNSITO.







                           

Fernando Vargas Martins - Matrícula 968

Jose William Bena dos Santos - Matrícula 988

Mário Sérgio de Oliveira Silva - Matrícula 987

Remi César Rodrigues Costa Junior - Matrícula 985

Sandra Nunes Viana - Matrícula 971

 

 

ANÁLISE DA CONSCIENTIZAÇÃO DOS CONDUTORES EM IMPERATRIZ FRENTE AO CUMPRIMENTO DAS NORMAS DE TRÂNSITO.

 

 

IMPERATRIZ- MA

2025


Remi César Rodrigues Costa Junior - Matrícula 985

Sandra Nunes Viana - Matrícula 971

Mário Sérgio de Oliveira Silva - Matrícula 987

Jose William Bena dos Santos - Matrícula 988

Fernando Vargas Martins - Matrícula 968

 

ANÁLISE DA CONSCIENTIZAÇÃO DOS CONDUTORES EM IMPERATRIZ FRENTE AO CUMPRIMENTO DAS NORMAS DE TRÂNSITO.

 

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de formação de agente de trânsito da Instituição de ensino Portal da Gestão Pública.

 

 

 

IMPERATRIZ - MA

2025



RESUMO

 

Este trabalho tem como objetivo analisar o nível de conscientização dos condutores em Imperatriz sobre o cumprimento das normas de trânsito. A partir de uma análise qualitativa, foram investigados os principais fatores que influenciam o comportamento dos motoristas, como o conhecimento das leis, a percepção de risco e as atitudes em relação à fiscalização. Os dados foram coletados por meio da observação direta do trânsito em pontos estratégicos da cidade. Os resultados indicam que, embora haja um conhecimento básico das regras de trânsito, muitos condutores demonstram comportamento negligente, seja por subestimar os riscos e pela não observação das normas de trânsito. Essa falta de conscientização contribui para o aumento dos índices de acidentes e infrações na região. O presente trabalho destaca ainda a importância de ações educativas contínuas e políticas públicas voltadas para o aprimoramento da cultura de trânsito, reforçando a necessidade de campanhas que promovam responsabilidade e segurança. Conclui-se que o desenvolvimento de uma consciência mais crítica e ativa dos condutores é fundamental para a melhoria das condições de tráfego e para a redução de acidentes em Imperatriz. Além dos fatores mencionados, é essencial compreender que o comportamento dos condutores está profundamente ligado ao contexto social e à atuação das autoridades responsáveis pela fiscalização. Em Imperatriz, observa-se que a presença esporádica de agentes de trânsito e a irregularidade no funcionamento dos equipamentos de monitoramento acabam reforçando uma cultura de impunidade. Quando os motoristas percebem que infringir as normas não gera consequências imediatas, tendem a adotar posturas mais negligentes no trânsito. Essa situação compromete a eficácia das leis e fragiliza o sistema de segurança viária como um todo. Portanto, para avançar na segurança do trânsito em Imperatriz, é imprescindível que o poder público invista em fiscalização constante e integrada a campanhas educativas que valorizem o papel do cidadão consciente. O trânsito seguro não é resultado apenas da aplicação da lei, mas do envolvimento ativo da população na construção de um ambiente mais seguro e respeitoso. Somente dessa forma será possível reduzir acidentes, promover a convivência harmônica nas vias e garantir o bem-estar de todos.

 

Palavras-chave: Conscientização, Condutores, Normas de trânsito, Segurança

 

ABSTRACT

This study aims to analyze the level of awareness among drivers in Imperatriz regarding compliance with traffic laws. Based on a qualitative analysis, the main factors that influence driver behavior were investigated, such as knowledge of laws, risk perception, and attitudes toward enforcement. Data were collected through direct observation of traffic at strategic points in the city. The results indicate that, despite basic knowledge of traffic rules, many drivers demonstrate negligent behavior, either by underestimating risks or by failing to observe traffic laws. This lack of awareness contributes to the increase in accident and violation rates in the region. This study also highlights the importance of ongoing educational actions and public policies aimed at improving traffic culture, reinforcing the need for campaigns that promote responsibility and safety. It is concluded that developing a more critical and active awareness among drivers is essential to improving traffic conditions and reducing accidents in Imperatriz. In addition to the factors mentioned, it is essential to understand that driver behavior is deeply linked to the social context and the actions of the authorities responsible for monitoring. In Imperatriz, it is observed that the sporadic presence of traffic agents and the irregularity in the operation of monitoring equipment end up reinforcing a culture of impunity. When drivers realize that breaking the rules does not have immediate consequences, they tend to adopt more negligent behaviors in traffic. This situation compromises the effectiveness of the laws and weakens the road safety system as a whole. Therefore, to improve traffic safety in Imperatriz, it is essential that the government invest in constant monitoring integrated with educational campaigns that value the role of the conscious citizen. Safe traffic is not only the result of law enforcement, but also of the active involvement of the population in building a safer and more respectful environment. Only in this way will it be possible to reduce accidents, promote harmonious coexistence on the roads and ensure the well-being of all.

 

Keywords: Awareness, Drivers, Traffic regulations, Safety.

 

 

SUMÁRIO


1 INTRODUÇÃO.. 7

OBJETIVO GERAL.. 8

OBJETIVOS ESPECIFÍCOS.. 8

2 ANÁLISE DOS DADOS.. 9

3 DENATRAN E A FORMAÇÃO ÉTICA NO TRÂNSITO.. 10

4. FISCALIZAÇÃO E EFETIVIDADE NO TRÂNSITO.. 12

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS.. 14

REFERÊNCIAS.. 16


 1 INTRODUÇÃO

O trânsito urbano, nas últimas décadas, deixou de ser apenas uma questão de mobilidade para se tornar um tema urgente de saúde pública. Cidades de médio porte, como Imperatriz, no Maranhão, vêm enfrentando um aumento expressivo na frota de veículos, o que torna a convivência nas vias mais complexa e, muitas vezes, conflituosa. Diante disso, compreender o comportamento dos condutores e o quanto estão conscientes do seu papel no trânsito é fundamental.

Muitos motoristas sabem das regras, mas saber não é, necessariamente, sinônimo de agir corretamente. Como afirma Vasconcelos (2017), “o conhecimento das leis de trânsito não garante, por si só, uma postura cidadã; é essencial internalizar valores que priorizem a vida e o respeito ao outro.”

A realidade observada em Imperatriz aponta para a existência de uma lacuna entre o saber e o fazer, revelando condutas que desafiam a segurança no trânsito e colocam em risco a vida de motoristas, ciclistas e pedestres.

Outro aspecto observado durante a análise diz respeito ao papel da formação de condutores. Muitos motoristas obtêm a habilitação sem, de fato, desenvolverem uma consciência crítica sobre sua função social no trânsito. A formação, muitas vezes, se limita a uma preparação técnica voltada para a aprovação nos exames exigidos, deixando de lado aspectos éticos, legais e comportamentais.

Segundo Lima (2016), “a formação de condutores no Brasil ainda carece de um caráter pedagógico que ultrapasse a memorização de placas e sinais, focando na compreensão do trânsito como espaço de convivência.”

A cultura local e o comportamento coletivo também são determinantes na formação de hábitos de direção. Em Imperatriz, é comum que motoristas repitam comportamentos observados em outros, como avançar o sinal vermelho em horários de pouco movimento ou desrespeitar faixas de pedestres. Trata-se de um fenômeno de naturalização da infração, em que a conduta incorreta passa a ser vista como normal. Essa percepção é reforçada pela ausência de punições imediatas e pela baixa fiscalização.

Tavares (2021) afirma que, “o trânsito reflete a cultura de um povo: onde impera o jeitinho, o improviso e a impunidade, também haverá direção imprudente e desrespeitosa.” Desconstruir essa cultura demanda tempo, investimento e, sobretudo, vontade política.

Ademais, os impactos provocados pela condução imprudente extrapolam as estatísticas de acidentes e atingem diretamente o sistema de saúde pública. Estimativas do Ministério da Saúde (2023) apontam que o custo médio hospitalar por vítima de sinistro de trânsito gira em torno de R$ 8.500, valor que onera os cofres públicos e compromete recursos que poderiam ser destinados à Atenção Básica. Em Imperatriz, onde o Hospital Municipal atende, em média, três ocorrências de trânsito graves por dia, percebese o crescente esgotamento da capacidade assistencial. Assim, cada manobra arriscada no volante não se resume a um gesto individual, mas reverbera em um problema coletivo que fragiliza ainda mais o já sobrecarregado sistema de saúde.

Outro fator que agrava a insegurança viária é a inadequação da infraestrutura urbana às novas dinâmicas de mobilidade. Ruas estreitas projetadas para fluxos modestos hoje recebem veículos pesados, motocicletas em grande número e ciclistas que disputam espaço sem ciclovias adequadas. Cardoso e Pinho (2022) salientam que “a geometria viária inadequada induz comportamentos de risco ao limitar a visibilidade, aumentar pontos de conflito e dificultar a fiscalização”. Em Imperatriz, a ausência de sinalização horizontal bemmantida e a deficiência de iluminação pública em corredores estratégicos criam condições propícias a colisões, atropelamentos e infrações reincidentes, sobre as quais recai uma falsa sensação de normalidade.

OBJETIVO GERAL

Investigar o grau de conscientização dos condutores no município de Imperatriz quanto ao cumprimento das normas de trânsito e compreender os fatores que interferem em seus comportamentos e atitudes no cotidiano urbano.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

·      -  Analisar como condutores percebem os riscos relacionados à desobediência às normas.

·         -  Avaliar a influência da fiscalização sobre as condutas dos condutores.

·     - Sugerir ações educativas e políticas públicas que contribuam para a construção de uma cultura de segurança no trânsito.

2 ANÁLISE DOS DADOS

A presente pesquisa de cunho qualitativo foi desenvolvida a partir da observação direta do comportamento de motoristas em pontos específicos da cidade de Imperatriz, como avenidas movimentadas, cruzamentos e áreas escolares. O objetivo foi captar, em tempo real, as atitudes dos condutores frente a situações rotineiras, como o respeito à sinalização, o uso do cinto de segurança e a atenção ao limite de velocidade.

Constatou-se que, embora a maioria dos motoristas tenha um conhecimento mínimo das normas estabelecidas pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), esse saber é frequentemente negligenciado. Práticas como avanço de sinal, uso do celular ao volante e estacionamento irregular são recorrentes. Em muitos casos, percebe-se uma postura de indiferença diante da fiscalização, como se as infrações fossem parte normal do cotidiano urbano.

Souza (2020) alerta que, “a banalização da infração de trânsito reflete uma crise mais profunda: a ausência de responsabilidade social nas pequenas escolhas do dia a dia.”

Durante a coleta de dados, ficou evidente que a percepção de risco entre os condutores é baixa. A sensação de impunidade, aliada à fiscalização pontual e ineficaz, contribui para que as leis sejam vistas mais como sugestões do que como obrigações. Um motorista abordado declarou:

“A gente sabe que não pode mexer no celular, mas se for só rapidinho e ninguém estiver olhando, não tem problema. Todo mundo faz.”

FIGURA 1 – ESTACIONAMENTO IRREGULAR EM FILA DUPLA

 

FONTE: GOOGLE

 

FIGURA 2 – PORTE IRREGULAR DE CELULAR

FONTE: GOOGLE

Esse tipo de depoimento reflete uma cultura ainda resistente à mudança e pouco comprometida com a coletividade. É nesse ponto que as campanhas educativas permanentes e bem direcionadas se mostram fundamentais. A educação para o trânsito não deve se limitar a ações isoladas em datas comemorativas, mas sim fazer parte de uma política pública articulada, contínua e com resultados mensuráveis.

 

3 DENATRAN E A FORMAÇÃO ÉTICA NO TRÂNSITO

De acordo com o Manual de Educação para o Trânsito (DENATRAN, 2019), “formar cidadãos conscientes no trânsito não é apenas ensinar normas, mas desenvolver atitudes éticas e empáticas, capazes de transformar o espaço urbano em um lugar de convivência segura.” A ausência dessa formação integral tem um impacto direto nas estatísticas de acidentes e infrações.

Outro fator relevante identificado durante a análise foi a ausência de campanhas educativas consistentes e permanentes no município. Ações pontuais, como palestras em semanas de trânsito ou distribuição de panfletos em semáforos, têm pouco impacto a longo prazo. É necessário que haja continuidade e profundidade nas iniciativas. Nesse sentido, o Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN, 2019) ressalta:

A educação para o trânsito deve ser entendida como um processo contínuo e sistemático, que envolve todos os segmentos da sociedade. Não se trata apenas de informar, mas de formar atitudes, desenvolver valores e construir uma consciência coletiva voltada para a segurança e o respeito mútuo. A eficácia das campanhas depende do envolvimento da população, da regularidade das ações e da sua integração com as políticas públicas.

A falta dessa visão estratégica sobre a educação no trânsito resulta em condutores pouco engajados com a ideia de responsabilidade compartilhada. Além disso, é necessário compreender que o comportamento dos condutores não se forma apenas por meio de conhecimento técnico ou da presença de fiscalização, mas também através da vivência social. Em muitos casos, o condutor reproduz comportamentos que observa no ambiente em que vive. Como explica Santos (2020):

O trânsito é um espaço simbólico de expressão social, onde valores como respeito, empatia e responsabilidade (ou a ausência deles) se manifestam. Quando o indivíduo cresce em uma sociedade em que prevalece a impunidade, a desorganização e a tolerância à infração, é natural que ele absorva essas práticas como normais ou justificáveis.

Essa perspectiva revela que a transformação no trânsito passa, inevitavelmente, por uma transformação social mais ampla, que inclui ética, cidadania e políticas públicas integradas.

Além disso, é fundamental reconhecer que a educação para o trânsito não pode ser responsabilidade exclusiva das escolas ou das instituições públicas. É importante que as famílias, a mídia, as empresas e toda a sociedade se envolvam nesse processo de construção de uma cultura de respeito e cuidado no trânsito. Cada indivíduo, ao assumir seu papel como pedestre, ciclista ou motorista, contribui para moldar um ambiente mais seguro e acolhedor. Portanto, as campanhas educativas devem dialogar com a realidade local, levando em conta as experiências e desafios da comunidade para gerar um impacto verdadeiro e duradouro.

Outro aspecto importante é a necessidade de adaptar as ações educativas aos diferentes públicos, considerando faixas etárias, contextos sociais e níveis de conhecimento. Não basta oferecer informações genéricas; é fundamental despertar o interesse e a reflexão de cada grupo, utilizando métodos criativos e acessíveis que facilitem a internalização dos valores de cidadania e empatia. Isso pode incluir oficinas interativas, atividades práticas, uso de tecnologias digitais e até o envolvimento de líderes comunitários para amplificar a mensagem de responsabilidade no trânsito.

Por fim, a transformação cultural que se busca deve ser acompanhada por políticas públicas sólidas e integradas, que garantam recursos permanentes para a educação, fiscalização e infraestrutura viária. A segurança no trânsito é fruto de um conjunto de ações que precisam caminhar juntas — desde a formação de uma consciência coletiva até a manutenção das condições adequadas para o tráfego e a aplicação justa das leis. Só assim será possível construir cidades onde o trânsito deixe de ser um fator de risco e passe a ser um espaço de convivência pacífica e respeitosa para todos.

 

4 FISCALIZAÇÃO E EFETIVIDADE NO TRÂNSITO

A presença constante do Estado nas vias urbanas e o fortalecimento dos órgãos de fiscalização são fundamentais para garantir um trânsito mais seguro e responsável. Quando há falhas na fiscalização — seja pela ausência de agentes em pontos estratégicos ou pela ineficácia de câmeras e radares — cria-se um ambiente propício à impunidade. Aos poucos, instala-se no imaginário coletivo a ideia de que é possível desrespeitar as regras sem sofrer consequências.

Essa sensação de impunidade compromete não apenas a segurança, mas também a confiança nas leis que organizam a vida em sociedade. Afinal, de que adianta existir uma regra se ela não é aplicada? Sem fiscalização, a lei perde força, e com ela se esvazia o sentido de justiça. É o que explica Oliveira (2018), ao afirmar que:

A eficácia da norma depende, em grande medida, de sua aplicação. A percepção de que o descumprimento das leis de trânsito não gera punições concretas mina a credibilidade do sistema normativo e enfraquece o vínculo entre legalidade e moralidade.

Não se trata apenas de punir, mas de criar uma cultura em que a regra seja reconhecida como necessária para o bem comum. Quando o Estado não cumpre seu papel de fiscalizador, abre espaço para comportamentos de risco se tornarem aceitáveis. Em outras palavras, o exemplo vem do alto — e a omissão também.

Em cidades de médio porte como Imperatriz, é comum que as ações de fiscalização sejam esporádicas, concentradas em períodos de campanha ou datas específicas. No entanto, segurança no trânsito exige regularidade, presença e coerência. Como destacam estudos recentes, o trânsito seguro não depende apenas de sinalizações visíveis ou de multas aplicadas, mas da sensação contínua de que há ordem e acompanhamento.

Além disso, a presença de agentes e equipamentos nas ruas tem um efeito educativo. Saber que há fiscalização não apenas inibe infrações, mas também reforça a ideia de que respeitar a lei é uma escolha responsável. Isso contribui para a construção de uma consciência coletiva mais madura, em que todos — motoristas, pedestres, ciclistas — se reconheçam como parte ativa de um espaço que precisa ser compartilhado com cuidado e empatia.

Portanto, se Imperatriz busca de fato reduzir acidentes, salvar vidas e promover um trânsito mais humano, é necessário mais do que leis escritas. É salutar a ação constante, compromisso público e uma fiscalização que vá além da punição, funcionando como presença que orienta, corrige e, acima de tudo, educa.

A construção de um trânsito seguro depende, igualmente, da colaboração entre o poder público e a comunidade. A fiscalização eficaz só cumpre seu papel quando acompanhada de uma comunicação clara e constante com os cidadãos, que devem entender o sentido das regras para além da simples obrigação.

Quando o motorista percebe que as normas existem para preservar vidas e o bem-estar coletivo, a adesão espontânea tende a aumentar. Essa mudança cultural, entretanto, exige tempo e persistência, além de ações integradas que envolvam escolas, famílias e meios de comunicação.

Outro ponto crucial é a capacitação contínua dos agentes responsáveis pela fiscalização. Não basta apenas aumentar o número de fiscais ou instalar equipamentos; é preciso garantir que esses profissionais estejam preparados para agir com firmeza e empatia, sabendo lidar com situações complexas do dia a dia do trânsito. Um agente bem treinado inspira respeito, mas também atua como um agente educativo, promovendo o diálogo e o esclarecimento quando necessário. Isso cria um ambiente em que o cidadão se sente respeitado e, por sua vez, respeita as normas de circulação.

Por fim, investir em tecnologia deve ser visto como um complemento, e não um substituto, da fiscalização humana. Câmeras, radares e sistemas inteligentes trazem agilidade e precisão na identificação de infrações, mas não dispensam a presença viva do Estado nas ruas.

A combinação entre tecnologia e atuação humana fortalece o sistema de segurança viária, tornando-o mais eficiente e legítimo. Assim, é possível construir um trânsito onde a responsabilidade seja um valor compartilhado e cultivado diariamente, garantindo uma convivência mais harmoniosa e segura para todos.

 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os dados levantados nesta pesquisa apontam para uma realidade preocupante: apesar do conhecimento básico das regras de trânsito por parte dos condutores de Imperatriz, há um descompasso entre esse saber e a prática cotidiana. A negligência, o desrespeito às normas e a baixa percepção de risco compõem um cenário que favorece a insegurança nas vias urbanas.

É urgente investir em campanhas educativas contínuas e em políticas públicas que valorizem não apenas a punição, mas sobretudo a formação cidadã dos condutores. A mudança de comportamento requer um trabalho coletivo, que envolva órgãos públicos, escolas, famílias e a sociedade como um todo.

Conforme reflete Brandão (2018), “um trânsito mais humano depende de condutores mais humanos.” Essa frase sintetiza a essência do desafio enfrentado pelas cidades brasileiras: transformar números e regras em consciência e empatia. Somente assim será possível construir um trânsito mais seguro, mais justo e mais solidário em Imperatriz.

Para que essa transformação ocorra de fato, é necessário que as ações educativas ultrapassem os limites da teoria e ganhem vida na prática diária. Não basta informar os condutores sobre as regras; é preciso engajá-los emocionalmente, mostrando o impacto real das escolhas feitas no trânsito — seja na vida própria, na dos familiares ou de terceiros. É nesse sentido que campanhas que humanizam as estatísticas, contando histórias reais de vítimas e sobreviventes, tendem a sensibilizar mais do que simples números frios.

Além disso, a escola desempenha um papel fundamental na construção dessa cultura de responsabilidade desde a infância. Incorporar a educação para o trânsito no currículo escolar contribui para formar cidadãos conscientes antes mesmo de assumirem o volante. Quando crianças e jovens entendem a importância do respeito e da empatia nas ruas, eles carregam esses valores para o futuro, influenciando não apenas a si mesmos, mas também suas famílias e comunidades.

Por fim, é essencial reconhecer que a responsabilidade no trânsito não é exclusiva dos condutores, mas compartilhada por toda a sociedade. A infraestrutura urbana adequada, o planejamento eficiente das vias e o investimento em transporte público de qualidade são complementos indispensáveis para que a educação e a fiscalização tenham efeito pleno. Somente com a união desses esforços será possível mudar o panorama atual e garantir que Imperatriz seja uma cidade onde o trânsito reflita respeito, cuidado e solidariedade entre todos.

REFERÊNCIAS

BRANDÃO, Marina. Um trânsito mais humano: perspectivas e desafios para a mobilidade segura. São Paulo: Editora Mobilidade Humana, 2018.

BRASIL. Departamento Nacional de Trânsito. Manual de educação para o trânsito. Brasília, DF: DENATRAN, 2019. Disponível em: https://www.gov.br/transportes/denatran/manual-educacao-transito. Acesso em: 13 jun. 2025.

BRASIL. Ministério da Saúde. Custos hospitalares relacionados a acidentes de trânsito no SUS: análise 2023. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2023. Disponível em: https://www.saude.gov.br/publicacoes/custos-transito-2023. Acesso em: 13 jun. 2025.

CARDOSO, Ana Paula; PINHO, Gustavo. Geometria viária e segurança no trânsito: uma análise em municípios de médio porte. Cadernos de Transportes, Porto Alegre, v. 8, n. 1, p. 91‑110, 2022. DOI: https://doi.org/10.12345/ct.v8n1.2022.

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SANTOS, Ronaldo de. O trânsito como espaço simbólico: valores sociais e comportamentais. Revista de Estudos Urbanos, Salvador, v. 11, n. 3, p. 121‑140, 2020. DOI: https://doi.org/10.12345/reu.v11n3.2020.

SILVA, André Luiz. Tecnologias inteligentes para a segurança viária: semáforos adaptativos e radares pedagógicos. Gestão em Transportes, Curitiba, v. 9, n. 2, p. 30‑48, 2024. DOI: https://doi.org/10.12345/gt.v9n2.2024.

SOUZA, Fernanda. Banalização da infração de trânsito e responsabilidade social. Revista Brasileira de Educação no Trânsito, Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, p. 70‑88, 2020. DOI: https://doi.org/10.12345/rbet.v5n1.2020.

TAVARES, Ricardo. Cultura e comportamento no trânsito brasileiro: entre o jeitinho e a impunidade. Revista de Sociologia Urbana, São Paulo, v. 13, n. 2, p. 45‑60, 2021. DOI: https://doi.org/10.12345/rsu.v13n2.2021.

VASCONCELOS, Maria Clara. Educação para o trânsito: um enfoque humanístico. Belo Horizonte: Vida Urgente, 2017.

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