Fernando Vargas
Martins - Matrícula 968
Jose William Bena dos
Santos - Matrícula 988
Mário Sérgio de
Oliveira Silva - Matrícula 987
Remi César Rodrigues
Costa Junior - Matrícula 985
Sandra Nunes Viana - Matrícula 971
ANÁLISE
DA CONSCIENTIZAÇÃO DOS CONDUTORES EM IMPERATRIZ FRENTE AO CUMPRIMENTO DAS
NORMAS DE TRÂNSITO.
IMPERATRIZ- MA
2025
Remi César Rodrigues
Costa Junior - Matrícula 985
Sandra Nunes Viana - Matrícula 971
Mário Sérgio de
Oliveira Silva - Matrícula 987
Jose William Bena dos
Santos - Matrícula 988
Fernando
Vargas Martins - Matrícula 968
ANÁLISE
DA CONSCIENTIZAÇÃO DOS CONDUTORES EM IMPERATRIZ FRENTE AO CUMPRIMENTO DAS
NORMAS DE TRÂNSITO.
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao
curso de formação de agente de trânsito da Instituição de ensino Portal da
Gestão Pública.
IMPERATRIZ - MA
2025
RESUMO
Este trabalho tem como
objetivo analisar o nível de conscientização dos condutores em Imperatriz sobre
o cumprimento das normas de trânsito. A partir de uma análise qualitativa,
foram investigados os principais fatores que influenciam o comportamento dos motoristas,
como o conhecimento das leis, a percepção de risco e as atitudes em relação à
fiscalização. Os dados foram coletados por meio da observação direta do
trânsito em pontos estratégicos da cidade. Os resultados indicam que, embora
haja um conhecimento básico das regras de trânsito, muitos condutores
demonstram comportamento negligente, seja por subestimar os riscos e pela não
observação das normas de trânsito. Essa falta de conscientização contribui para
o aumento dos índices de acidentes e infrações na região. O presente trabalho
destaca ainda a importância de ações educativas contínuas e políticas públicas
voltadas para o aprimoramento da cultura de trânsito, reforçando a necessidade
de campanhas que promovam responsabilidade e segurança. Conclui-se que o
desenvolvimento de uma consciência mais crítica e ativa dos condutores é
fundamental para a melhoria das condições de tráfego e para a redução de
acidentes em Imperatriz. Além dos fatores mencionados, é essencial compreender
que o comportamento dos condutores está profundamente ligado ao contexto social
e à atuação das autoridades responsáveis pela fiscalização. Em Imperatriz,
observa-se que a presença esporádica de agentes de trânsito e a irregularidade
no funcionamento dos equipamentos de monitoramento acabam reforçando uma
cultura de impunidade. Quando os motoristas percebem que infringir as normas
não gera consequências imediatas, tendem a adotar posturas mais negligentes no
trânsito. Essa situação compromete a eficácia das leis e fragiliza o sistema de
segurança viária como um todo. Portanto, para avançar na segurança do trânsito
em Imperatriz, é imprescindível que o poder público invista em fiscalização
constante e integrada a campanhas educativas que valorizem o papel do cidadão
consciente. O trânsito seguro não é resultado apenas da aplicação da lei, mas
do envolvimento ativo da população na construção de um ambiente mais seguro e
respeitoso. Somente dessa forma será possível reduzir acidentes, promover a
convivência harmônica nas vias e garantir o bem-estar de todos.
Palavras-chave: Conscientização,
Condutores, Normas de trânsito, Segurança
ABSTRACT
This study aims to analyze the level of awareness among drivers in
Imperatriz regarding compliance with traffic laws. Based on a qualitative analysis,
the main factors that influence driver behavior were investigated, such as
knowledge of laws, risk perception, and attitudes toward enforcement. Data were
collected through direct observation of traffic at strategic points in the
city. The results indicate that, despite basic knowledge of traffic rules, many
drivers demonstrate negligent behavior, either by underestimating risks or by
failing to observe traffic laws. This lack of awareness contributes to the
increase in accident and violation rates in the region. This study also
highlights the importance of ongoing educational actions and public policies
aimed at improving traffic culture, reinforcing the need for campaigns that
promote responsibility and safety. It is concluded that developing a more
critical and active awareness among drivers is essential to improving traffic
conditions and reducing accidents in Imperatriz. In addition to the factors
mentioned, it is essential to understand that driver behavior is deeply linked
to the social context and the actions of the authorities responsible for
monitoring. In Imperatriz, it is observed that the sporadic presence of traffic
agents and the irregularity in the operation of monitoring equipment end up
reinforcing a culture of impunity. When drivers realize that breaking the rules
does not have immediate consequences, they tend to adopt more negligent
behaviors in traffic. This situation compromises the effectiveness of the laws
and weakens the road safety system as a whole. Therefore, to improve traffic
safety in Imperatriz, it is essential that the government invest in constant
monitoring integrated with educational campaigns that value the role of the
conscious citizen. Safe traffic is not only the result of law enforcement, but
also of the active involvement of the population in building a safer and more
respectful environment. Only in this way will it be possible to reduce
accidents, promote harmonious coexistence on the roads and ensure the
well-being of all.
Keywords: Awareness, Drivers, Traffic regulations, Safety.
SUMÁRIO
3 DENATRAN
E A FORMAÇÃO ÉTICA NO TRÂNSITO
4.
FISCALIZAÇÃO E EFETIVIDADE NO TRÂNSITO
O trânsito urbano, nas últimas décadas, deixou de ser
apenas uma questão de mobilidade para se tornar um tema urgente de saúde pública.
Cidades de médio porte, como Imperatriz, no Maranhão, vêm enfrentando um
aumento expressivo na frota de veículos, o que torna a convivência nas vias
mais complexa e, muitas vezes, conflituosa. Diante disso, compreender o
comportamento dos condutores e o quanto estão conscientes do seu papel no
trânsito é fundamental.
Muitos motoristas sabem das regras, mas saber não é,
necessariamente, sinônimo de agir corretamente. Como afirma Vasconcelos (2017),
“o conhecimento das leis de trânsito não garante, por si só, uma postura
cidadã; é essencial internalizar valores que priorizem a vida e o respeito ao
outro.”
A realidade observada em Imperatriz aponta para a
existência de uma lacuna entre o saber e o fazer, revelando condutas que
desafiam a segurança no trânsito e colocam em risco a vida de motoristas,
ciclistas e pedestres.
Outro aspecto observado durante a análise diz respeito ao
papel da formação de condutores. Muitos motoristas obtêm a habilitação sem, de
fato, desenvolverem uma consciência crítica sobre sua função social no
trânsito. A formação, muitas vezes, se limita a uma preparação técnica voltada
para a aprovação nos exames exigidos, deixando de lado aspectos éticos, legais
e comportamentais.
Segundo Lima (2016), “a formação de condutores no Brasil
ainda carece de um caráter pedagógico que ultrapasse a memorização de placas e
sinais, focando na compreensão do trânsito como espaço de convivência.”
A cultura local e o comportamento coletivo também são
determinantes na formação de hábitos de direção. Em Imperatriz, é comum que
motoristas repitam comportamentos observados em outros, como avançar o sinal
vermelho em horários de pouco movimento ou desrespeitar faixas de pedestres.
Trata-se de um fenômeno de naturalização da infração, em que a conduta
incorreta passa a ser vista como normal. Essa percepção é reforçada pela
ausência de punições imediatas e pela baixa fiscalização.
Tavares (2021) afirma que, “o trânsito reflete a cultura
de um povo: onde impera o jeitinho, o improviso e a impunidade, também haverá
direção imprudente e desrespeitosa.” Desconstruir essa cultura demanda tempo,
investimento e, sobretudo, vontade política.
Ademais, os impactos provocados pela condução imprudente
extrapolam as estatísticas de acidentes e atingem diretamente o sistema de
saúde pública. Estimativas do Ministério da Saúde (2023) apontam que o custo
médio hospitalar por vítima de sinistro de trânsito gira em torno de R$ 8.500,
valor que onera os cofres públicos e compromete recursos que poderiam ser
destinados à Atenção Básica. Em Imperatriz, onde o Hospital Municipal atende,
em média, três ocorrências de trânsito graves por dia, percebe‑se o crescente esgotamento
da capacidade assistencial. Assim, cada manobra arriscada no volante não se
resume a um gesto individual, mas reverbera em um problema coletivo que
fragiliza ainda mais o já sobrecarregado sistema de saúde.
Outro fator que agrava a insegurança viária é a inadequação
da infraestrutura urbana às novas dinâmicas de mobilidade. Ruas estreitas
projetadas para fluxos modestos hoje recebem veículos pesados, motocicletas em
grande número e ciclistas que disputam espaço sem ciclovias adequadas. Cardoso
e Pinho (2022) salientam que “a geometria viária inadequada induz
comportamentos de risco ao limitar a visibilidade, aumentar pontos de conflito
e dificultar a fiscalização”. Em Imperatriz, a ausência de sinalização
horizontal bem‑mantida
e a deficiência de iluminação pública em corredores estratégicos criam
condições propícias a colisões, atropelamentos e infrações reincidentes, sobre
as quais recai uma falsa sensação de normalidade.
OBJETIVO GERAL
Investigar o grau de conscientização dos condutores no
município de Imperatriz quanto ao cumprimento das normas de trânsito e
compreender os fatores que interferem em seus comportamentos e atitudes no
cotidiano urbano.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
· - Analisar como condutores percebem os riscos
relacionados à desobediência às normas.
· - Avaliar a influência da fiscalização sobre as
condutas dos condutores.
· - Sugerir ações educativas e políticas públicas
que contribuam para a construção de uma cultura de segurança no trânsito.
2 ANÁLISE DOS DADOS
A presente pesquisa de cunho qualitativo foi desenvolvida
a partir da observação direta do comportamento de motoristas em pontos
específicos da cidade de Imperatriz, como avenidas movimentadas, cruzamentos e
áreas escolares. O objetivo foi captar, em tempo real, as atitudes dos
condutores frente a situações rotineiras, como o respeito à sinalização, o uso
do cinto de segurança e a atenção ao limite de velocidade.
Constatou-se que, embora a maioria dos motoristas tenha
um conhecimento mínimo das normas estabelecidas pelo Código de Trânsito
Brasileiro (CTB), esse saber é frequentemente negligenciado. Práticas como
avanço de sinal, uso do celular ao volante e estacionamento irregular são
recorrentes. Em muitos casos, percebe-se uma postura de indiferença diante da
fiscalização, como se as infrações fossem parte normal do cotidiano urbano.
Souza (2020) alerta que, “a banalização da infração de
trânsito reflete uma crise mais profunda: a ausência de responsabilidade social
nas pequenas escolhas do dia a dia.”
Durante a coleta de dados, ficou evidente que a percepção
de risco entre os condutores é baixa. A sensação de impunidade, aliada à
fiscalização pontual e ineficaz, contribui para que as leis sejam vistas mais
como sugestões do que como obrigações. Um motorista abordado declarou:
“A gente sabe que não pode mexer no celular, mas se for
só rapidinho e ninguém estiver olhando, não tem problema. Todo mundo faz.”
FONTE: GOOGLE
FIGURA 2 – PORTE IRREGULAR DE CELULAR
FONTE: GOOGLE
Esse tipo de depoimento reflete uma cultura ainda
resistente à mudança e pouco comprometida com a coletividade. É nesse ponto que
as campanhas educativas permanentes e bem direcionadas se mostram fundamentais.
A educação para o trânsito não deve se limitar a ações isoladas em datas
comemorativas, mas sim fazer parte de uma política pública articulada, contínua
e com resultados mensuráveis.
3 DENATRAN E A FORMAÇÃO
ÉTICA NO TRÂNSITO
De acordo com o Manual de Educação para o Trânsito
(DENATRAN, 2019), “formar cidadãos conscientes no trânsito não é apenas ensinar
normas, mas desenvolver atitudes éticas e empáticas, capazes de transformar o
espaço urbano em um lugar de convivência segura.” A ausência dessa formação
integral tem um impacto direto nas estatísticas de acidentes e infrações.
Outro fator relevante identificado durante a análise foi
a ausência de campanhas educativas consistentes e permanentes no município.
Ações pontuais, como palestras em semanas de trânsito ou distribuição de
panfletos em semáforos, têm pouco impacto a longo prazo. É necessário que haja
continuidade e profundidade nas iniciativas. Nesse sentido, o Departamento
Nacional de Trânsito (DENATRAN, 2019) ressalta:
A educação para o
trânsito deve ser entendida como um processo contínuo e sistemático, que
envolve todos os segmentos da sociedade. Não se trata apenas de informar, mas
de formar atitudes, desenvolver valores e construir uma consciência coletiva
voltada para a segurança e o respeito mútuo. A eficácia das campanhas depende
do envolvimento da população, da regularidade das ações e da sua integração com
as políticas públicas.
A falta dessa visão estratégica sobre a educação no
trânsito resulta em condutores pouco engajados com a ideia de responsabilidade
compartilhada. Além disso, é necessário compreender que o comportamento dos
condutores não se forma apenas por meio de conhecimento técnico ou da presença
de fiscalização, mas também através da vivência social. Em muitos casos, o
condutor reproduz comportamentos que observa no ambiente em que vive. Como
explica Santos (2020):
O trânsito é um
espaço simbólico de expressão social, onde valores como respeito, empatia e
responsabilidade (ou a ausência deles) se manifestam. Quando o indivíduo cresce
em uma sociedade em que prevalece a impunidade, a desorganização e a tolerância
à infração, é natural que ele absorva essas práticas como normais ou
justificáveis.
Essa perspectiva revela que a transformação no trânsito
passa, inevitavelmente, por uma transformação social mais ampla, que inclui
ética, cidadania e políticas públicas integradas.
Além disso, é fundamental reconhecer que a educação para
o trânsito não pode ser responsabilidade exclusiva das escolas ou das
instituições públicas. É importante que as famílias, a mídia, as empresas e
toda a sociedade se envolvam nesse processo de construção de uma cultura de
respeito e cuidado no trânsito. Cada indivíduo, ao assumir seu papel como
pedestre, ciclista ou motorista, contribui para moldar um ambiente mais seguro
e acolhedor. Portanto, as campanhas educativas devem dialogar com a realidade
local, levando em conta as experiências e desafios da comunidade para gerar um
impacto verdadeiro e duradouro.
Outro aspecto importante é a necessidade de adaptar as
ações educativas aos diferentes públicos, considerando faixas etárias,
contextos sociais e níveis de conhecimento. Não basta oferecer informações
genéricas; é fundamental despertar o interesse e a reflexão de cada grupo,
utilizando métodos criativos e acessíveis que facilitem a internalização dos
valores de cidadania e empatia. Isso pode incluir oficinas interativas,
atividades práticas, uso de tecnologias digitais e até o envolvimento de
líderes comunitários para amplificar a mensagem de responsabilidade no
trânsito.
Por fim, a transformação cultural que se busca deve ser
acompanhada por políticas públicas sólidas e integradas, que garantam recursos
permanentes para a educação, fiscalização e infraestrutura viária. A segurança
no trânsito é fruto de um conjunto de ações que precisam caminhar juntas —
desde a formação de uma consciência coletiva até a manutenção das condições
adequadas para o tráfego e a aplicação justa das leis. Só assim será possível
construir cidades onde o trânsito deixe de ser um fator de risco e passe a ser
um espaço de convivência pacífica e respeitosa para todos.
4 FISCALIZAÇÃO E
EFETIVIDADE NO TRÂNSITO
A presença constante do Estado nas vias urbanas e o
fortalecimento dos órgãos de fiscalização são fundamentais para garantir um
trânsito mais seguro e responsável. Quando há falhas na fiscalização — seja
pela ausência de agentes em pontos estratégicos ou pela ineficácia de câmeras e
radares — cria-se um ambiente propício à impunidade. Aos poucos, instala-se no
imaginário coletivo a ideia de que é possível desrespeitar as regras sem sofrer
consequências.
Essa sensação de impunidade compromete não apenas a
segurança, mas também a confiança nas leis que organizam a vida em sociedade.
Afinal, de que adianta existir uma regra se ela não é aplicada? Sem
fiscalização, a lei perde força, e com ela se esvazia o sentido de justiça. É o
que explica Oliveira (2018), ao afirmar que:
A eficácia da norma
depende, em grande medida, de sua aplicação. A percepção de que o
descumprimento das leis de trânsito não gera punições concretas mina a
credibilidade do sistema normativo e enfraquece o vínculo entre legalidade e
moralidade.
Não se trata apenas de punir, mas de criar uma cultura em
que a regra seja reconhecida como necessária para o bem comum. Quando o Estado
não cumpre seu papel de fiscalizador, abre espaço para comportamentos de risco
se tornarem aceitáveis. Em outras palavras, o exemplo vem do alto — e a omissão
também.
Em cidades de médio porte como Imperatriz, é comum que as
ações de fiscalização sejam esporádicas, concentradas em períodos de campanha
ou datas específicas. No entanto, segurança no trânsito exige regularidade,
presença e coerência. Como destacam estudos recentes, o trânsito seguro não
depende apenas de sinalizações visíveis ou de multas aplicadas, mas da sensação
contínua de que há ordem e acompanhamento.
Além disso, a presença de agentes e equipamentos nas ruas
tem um efeito educativo. Saber que há fiscalização não apenas inibe infrações,
mas também reforça a ideia de que respeitar a lei é uma escolha responsável.
Isso contribui para a construção de uma consciência coletiva mais madura, em
que todos — motoristas, pedestres, ciclistas — se reconheçam como parte ativa
de um espaço que precisa ser compartilhado com cuidado e empatia.
Portanto, se Imperatriz busca de fato reduzir acidentes,
salvar vidas e promover um trânsito mais humano, é necessário mais do que leis
escritas. É salutar a ação constante, compromisso público e uma fiscalização
que vá além da punição, funcionando como presença que orienta, corrige e, acima
de tudo, educa.
A construção de um trânsito seguro depende, igualmente,
da colaboração entre o poder público e a comunidade. A fiscalização eficaz só
cumpre seu papel quando acompanhada de uma comunicação clara e constante com os
cidadãos, que devem entender o sentido das regras para além da simples
obrigação.
Quando o motorista percebe que as normas existem para
preservar vidas e o bem-estar coletivo, a adesão espontânea tende a aumentar.
Essa mudança cultural, entretanto, exige tempo e persistência, além de ações
integradas que envolvam escolas, famílias e meios de comunicação.
Outro ponto crucial é a capacitação contínua dos agentes
responsáveis pela fiscalização. Não basta apenas aumentar o número de fiscais
ou instalar equipamentos; é preciso garantir que esses profissionais estejam
preparados para agir com firmeza e empatia, sabendo lidar com situações
complexas do dia a dia do trânsito. Um agente bem treinado inspira respeito,
mas também atua como um agente educativo, promovendo o diálogo e o
esclarecimento quando necessário. Isso cria um ambiente em que o cidadão se
sente respeitado e, por sua vez, respeita as normas de circulação.
Por fim, investir em tecnologia deve ser visto como um
complemento, e não um substituto, da fiscalização humana. Câmeras, radares e
sistemas inteligentes trazem agilidade e precisão na identificação de
infrações, mas não dispensam a presença viva do Estado nas ruas.
A combinação entre tecnologia e atuação humana fortalece
o sistema de segurança viária, tornando-o mais eficiente e legítimo. Assim, é
possível construir um trânsito onde a responsabilidade seja um valor
compartilhado e cultivado diariamente, garantindo uma convivência mais
harmoniosa e segura para todos.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os dados levantados nesta pesquisa apontam para uma
realidade preocupante: apesar do conhecimento básico das regras de trânsito por
parte dos condutores de Imperatriz, há um descompasso entre esse saber e a
prática cotidiana. A negligência, o desrespeito às normas e a baixa percepção
de risco compõem um cenário que favorece a insegurança nas vias urbanas.
É urgente investir em campanhas educativas contínuas e em
políticas públicas que valorizem não apenas a punição, mas sobretudo a formação
cidadã dos condutores. A mudança de comportamento requer um trabalho coletivo,
que envolva órgãos públicos, escolas, famílias e a sociedade como um todo.
Conforme reflete Brandão (2018), “um trânsito mais humano
depende de condutores mais humanos.” Essa frase sintetiza a essência do desafio
enfrentado pelas cidades brasileiras: transformar números e regras em
consciência e empatia. Somente assim será possível construir um trânsito mais
seguro, mais justo e mais solidário em Imperatriz.
Para que essa transformação ocorra de fato, é necessário
que as ações educativas ultrapassem os limites da teoria e ganhem vida na
prática diária. Não basta informar os condutores sobre as regras; é preciso
engajá-los emocionalmente, mostrando o impacto real das escolhas feitas no
trânsito — seja na vida própria, na dos familiares ou de terceiros. É nesse
sentido que campanhas que humanizam as estatísticas, contando histórias reais
de vítimas e sobreviventes, tendem a sensibilizar mais do que simples números
frios.
Além disso, a escola desempenha um papel fundamental na
construção dessa cultura de responsabilidade desde a infância. Incorporar a
educação para o trânsito no currículo escolar contribui para formar cidadãos
conscientes antes mesmo de assumirem o volante. Quando crianças e jovens
entendem a importância do respeito e da empatia nas ruas, eles carregam esses
valores para o futuro, influenciando não apenas a si mesmos, mas também suas
famílias e comunidades.
Por fim, é essencial reconhecer que a responsabilidade no trânsito não é exclusiva dos condutores, mas compartilhada por toda a sociedade. A infraestrutura urbana adequada, o planejamento eficiente das vias e o investimento em transporte público de qualidade são complementos indispensáveis para que a educação e a fiscalização tenham efeito pleno. Somente com a união desses esforços será possível mudar o panorama atual e garantir que Imperatriz seja uma cidade onde o trânsito reflita respeito, cuidado e solidariedade entre todos.
REFERÊNCIAS
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mobilidade segura. São Paulo: Editora Mobilidade Humana, 2018.
BRASIL.
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Brasília, DF: DENATRAN, 2019. Disponível em:
https://www.gov.br/transportes/denatran/manual-educacao-transito. Acesso em:
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BRASIL.
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no SUS: análise 2023. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2023. Disponível em:
https://www.saude.gov.br/publicacoes/custos-transito-2023. Acesso em:
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VASCONCELOS, Maria Clara. Educação para o trânsito: um enfoque humanístico. Belo Horizonte: Vida Urgente, 2017.
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